POLÍTICA

Governo boliviano e Evo Morales se acusam de gerar clima de violência

Morales e Acre estão em desacordo sobre a liderança do partido governista

Evo Morales Evo Morales  - Foto: Martín Silva/ AFP

O governo do presidente boliviano, Luis Arce, e seu ex-aliado Evo Morales se acusaram mutuamente neste domingo (22) de criar um clima de violência, enquanto uma marcha do ex-presidente e de milhares de seus partidários se aproxima da cidade de La Paz.

A ministra das Relações Exteriores, Celinda Sosa, enviou notas ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ao alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, e a Tania Reneaum Panszi, secretária executiva da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), para informá-los sobre a situação boliviana.

“Observamos uma ameaça e um cerco por parte de uma marcha violenta liderada pelo ex-presidente Evo Morales Ayma, que está se dirigindo à cidade de La Paz, sede do governo boliviano. Essa mobilização não visa a demandas sociais; seu objetivo principal é interromper o atual mandato constitucional”, disse Sosa em suas cartas.

Ela acrescentou que essa interrupção do governo de Arce seria “por meio da antecipação das eleições nacionais e da viabilização de uma nova candidatura do Sr. Morales, apesar do fato de a Constituição Política do Estado não permitir isso”.

Morales (2006-2019) e Arce estão em desacordo sobre a liderança do partido governista e a candidatura presidencial para as eleições de agosto de 2025, embora apenas o ex-governante tenha anunciado que deseja concorrer.

Morales e pelo menos 10.000 de seus partidários iniciaram uma marcha na terça-feira da cidade de Caracollo, 190 km ao sul de La Paz, até a sede do governo. O ex-chefe de Estado disse que a marcha era contra a crise econômica que se manifesta na falta de dólares e combustível.

O ex-presidente, que lidera a marcha, destacou que o governo enviou cerca de 6.000 policiais para impedir a marcha e está mobilizando grupos de choque civis e funcionários públicos para impedi-los.

Ele acrescentou que “se houver feridos ou mortos, a responsabilidade é do governo”.

Ele ainda revelou que foi avisado de que tentariam matá-lo e que, por isso, alguns policiais e militares, que ele não identificou, “lhe enviaram coletes à prova de balas, preocupados”.

Morales e seu pessoal devem chegar neste domingo a cerca de 25 quilômetros da cidade de El Alto, parada obrigatória no caminho para La Paz, sede dos Poderes Executivo e Legislativo.

Em El Alto, grupos civis simpatizantes a Arce se instalaram em uma avenida principal desde domingo para impedir que a marcha de Morales continue e chegue a La Paz.

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