Incentivo à pesquisa

Governo Bolsonaro admite que valor destinado a pesquisa científica após cortes é insuficiente

Houve um corte de 68,9% da cota de importação de equipamentos e insumos

Pesquisa científicaPesquisa científica - Foto: Flickr / Ministério da Saúde

O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu no fim da noite desta quinta-feira (28) a redução na cota de importação de equipamentos e insumos destinados à pesquisa científica, como mostrado pela Folha de S.Paulo na terça-feira (26).
 
A medida afeta principalmente as ações desenvolvidas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) no combate à pandemia da Covid-19.
 
Em nota assinada pela Secretaria Especial de Comunicação Social, pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pelos Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Economia, o governo diz ter havido "ruído de informações" e que busca "com urgência" uma solução para o problema orçamentário.
 
A Folha de São Paulo mostrou que houve um corte de 68,9% da cota de importação de equipamentos e insumos. Em 2020, o valor foi de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão, em valores de hoje). Para 2021, serão apenas US$ 93,29 milhões (R$ 499,6 milhões).
 
"De fato, a redução na cota de importação de equipamentos e insumos destinados à pesquisa científica ocorreu, mas não por determinação do presidente Jair Bolsonaro ou decisão premeditada do governo federal, conforme publicado pela imprensa", diz a nota distribuída pelo Planalto no fim da noite desta quinta.
 
O governo disse que a dimensão do corte resultou de "um ruído de informações no âmbito da administração federal" e que "jamais ocorreria sem uma fundamentação prévia, como é de praxe".
 
De acordo com o Executivo, desde 2017, o valor da cota de importação se estabilizou em torno de US$ 300 milhões. Em 2018, valor caiu para US$ 203 milhões, mas voltou a ser de US$ 300 milhões em 2020, sendo que, deste total, US$ 80,3 milhões foram para a Fundação Butantan e US$ 47,7 milhões para a Ficoruz, "certamente em função da pandemia", diz o governo.
 
"Para 2021, foram previstos US$ 93,29 milhões, valor que, embora baseado nas efetivas importações realizadas em anos anteriores, foi avaliado, posteriormente, como não condizente com a necessidade de cotas para as áreas de C&T [ciência e tecnologia]", diz a nota.
 
O governo argumenta que o valor já estava definido no projeto de lei orçamentária anual e que é impossível corrigi-lo, mas afirma que há compromisso dos ministérios de Ciência e Tecnologia e da Economia para "buscarem com urgência uma solução para o problema orçamentário".


"O CNPq e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, cientes da situação econômica e financeira do país devido à pandemia do novo coronavírus, já estabeleceram diálogo com a Receita Federal e o Ministério da Economia para apresentar a necessidade do incremento dessa cota para atender às demandas de isenção fiscal para importação de equipamentos e insumos de pesquisas."
 
"O governo federal, na pessoa do presidente Jair Bolsonaro, reafirma seu compromisso de priorizar ações que contribuam para atenuar os efeitos da pandemia sobre a saúde da população e proporcionar a retomada do desenvolvimento econômico e social do País, o mais rapidamente possível", encerra a nota.

 

Veja também

Mulheres já infectadas podem se beneficiar da vacina contra HPV
VACINAÇÃO

Mulheres já infectadas podem se beneficiar da vacina contra HPV

União Europeia anuncia empréstimo de  35 bilhões para Ucrânia com ativos russos congelados
EUROPA

União Europeia anuncia empréstimo de 35 bilhões para Ucrânia com ativos russos congelados

Newsletter