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Governo britânico voltará a impor moratória sobre fraturamento hidráulico

Sunak destacou aos deputados britânicos seu "compromisso" de respeitar os acordos da conferência da ONU sobre o clima COP26

Rishi Sunak, primeiro ministro do Reino UnidoRishi Sunak, primeiro ministro do Reino Unido - Foto: Daniel LEAL / AFP

O novo primeiro-ministro conservador do Reino Unido, Rishi Sunak, quer restabelecer a moratória sobre fraturamento hidráulico altamente controverso, usado para produzir gás e petróleo de xisto, levantada no mês passado por sua antecessora Liz Truss, informou Downing Street nesta quarta-feira (26).

A moratória do fraturamento hidráulico foi declarada em 2019 pelo Executivo conservador devido ao risco de abalos sísmicos, mas Truss decidiu levantá-la na Inglaterra "para reforçar a segurança energética" após a invasão russa da Ucrânia, que afetou o fornecimento de hidrocarbonetos na Europa.

Truss foi forçada a renunciar um mês e meio depois de chegar ao poder, em 06 de setembro, devido ao caos financeiro causado por suas controversas políticas econômicas ultraliberais.

Sunak, ex-ministro das Finanças de Boris Johnson, a substituiu na terça-feira à frente do governo britânico.

Nesta quarta-feira, em seu primeiro encontro presencial com a oposição trabalhista no Parlamento, o novo primeiro-ministro prometeu "manter o programa (do Partido Conservador) nesta questão".

O programa conservador para as eleições de 2019 afirmava que a proibição do fraturamento hidráulico não deveria ser levantada até que "a ciência comprove categoricamente que pode ser feito de forma segura".

Um porta-voz de Downing Street confirmou pouco depois que o novo primeiro-ministro quer respeitar este ponto.

Neste verão, durante sua campanha fracassada para suceder Johnson, Sunak havia se declarado a favor do fraturamento hidráulico "se as comunidades locais apoiarem" a tecnologia.

O levantamento da moratória por Truss provocou raiva e preocupação dos ambientalistas, que dizem que o fraturamento hidráulico causa terremotos e riscos de poluição e fornece pouco suprimento de energia adicional.

O Greenpeace saudou a mudança anunciada nesta quarta-feira e "pediu a Sunak que também pare de conceder novas licenças de exploração de petróleo e gás".

Durante seus 49 dias no cargo, Truss também anunciou que queria rever o caminho do Reino Unido para a neutralidade do carbono até 2050 e prometeu uma política de desregulamentação pós-Brexit com a possível abolição de centenas de leis de proteção ambiental.

Sunak destacou aos deputados britânicos seu "compromisso" de respeitar os acordos da conferência da ONU sobre o clima COP26, realizada no ano passado na cidade escocesa de Glasgow.

"Queremos deixar aos nossos filhos um meio ambiente em melhor estado", afirmou.

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