Governo colombiano anuncia "nova etapa" nos diálogos de paz com o ELN
A "nova etapa" do processo terá, entre seus objetivos, a avaliação do cumprimento dos acordos firmados desde 2022
A delegação do governo da Colômbia encarregada dos diálogos de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciou, nesta segunda-feira (25), uma "nova etapa" no processo, prevista para janeiro, na qual será discutido o retorno do cessar-fogo, em meio a uma escalada de hostilidades.
Nesta segunda-feira, as delegações concluíram uma série de reuniões reservadas em Caracas, capital da Venezuela, após meses de suspensão das negociações devido a desentendimentos e a um ataque mortal contra uma base militar em setembro, o qual resultou no agravamento dos confrontos armados.
A "nova etapa" do processo terá, entre seus objetivos, a avaliação do cumprimento dos acordos firmados desde 2022, em ciclos de conversas realizados em Cuba, Venezuela e México, informou a delegação do governo em um comunicado.
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As partes ainda não definiram onde ocorrerão os próximos diálogos, nos quais também será discutida a "definição da continuidade do cessar-fogo", suspenso desde agosto, após a decisão do ELN de não renovar a trégua que estava em vigor desde 2023.
Gustavo Petro começou a dialogar com o ELN no fim de 2022, quando se tornou o primeiro presidente de esquerda a assumir a presidência da Colômbia.
No entanto, esse processo de paz enfrenta constantes crises devido a ataques dos rebeldes e divergências nas negociações.
A guerrilha expressou publicamente seu descontentamento quando o governo decidiu iniciar negociações de paz com "Los Comuneros del Sur", uma facção rebelde que opera no departamento de Nariño (sudoeste).
"Há setores no governo que acreditam que fragmentando grupos, isso é a paz total, mas na verdade isso se chama reciclar violências", afirmou nesta segunda-feira Pablo Beltrán, chefe negociador da guerrilha, em entrevista à W Radio.
Beltrán acusou o governo de avançar com duas negociações paralelas, "uma em cima da mesa e outra por debaixo", e considerou que o governo descumpriu acordos ao cometer "atos de guerra" contra o ELN, exigindo "corretivos para que isso não se repita".
Cinco soldados morreram em um ataque com explosivos da guerrilha em uma área rural do noroeste da Colômbia na sexta-feira, uma semana depois de a polícia ter abatido sete rebeldes no norte do país.