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Governo da Espanha estudará toque de recolher para conter Covid-19

Medidas já foram anunciados na França, Bélgica e Eslovênia para impedir segunda onda da pandemia

Hospital temporário montado em Madrid, capital da EspanhaHospital temporário montado em Madrid, capital da Espanha - Foto: PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP

O governo da Espanha informou, nesta terça-feira (20), que está disposto a estudar a implementação no país de um toque de recolher para impedir a propagação acelerada da covid-19, depois que as autoridades de Madri se mostraram abertas a tal medida.
 
Lembrando que em outros países europeus, como França, Bélgica e Eslovênia, toques de recolher noturnos foram anunciados para travar a segunda onda da pandemia. O ministro da Saúde, Salvador Illa, explicou que é uma opção que "vamos analisar com Madri e com outras comunidades autônomas" do país.
 
Mas Illa, que falou em entrevista coletiva após o conselho de ministros, disse que, para aplicá-la seria necessário decretar estado de alarme, um regime especial que permite ao governo decidir sobre a saúde pública. Este setor é de competência das regiões autônomas na Espanha.
 
E, por isso, ele ressaltou que a oposição do Partido Popular (PP) e de outros grupos políticos, muito críticos do estado de alarme porque tira poderes das regiões, devem indicar se, desta vez, "estariam dispostos a comprometer seu apoio" no Congresso, que deve endossar o referido regime.
 
Liderada por uma coalizão de direita com o PP à frente, a região de Madri, que mantém a disputa com o Executivo central de esquerda no âmbito das medidas anticovid, evocou nesta terça-feira a possibilidade de um toque de recolher. Também reconheceu que sua aplicação "teria de ser uma decisão do governo da Espanha", segundo a autoridade de saúde regional, Enrique Ruiz Escudero.
 
Atualmente, Madri se encontra em estado de alarme imposto pelo Executivo do socialista Pedro Sánchez para aplicar um confinamento parcial e perimetral na capital e em outras áreas circundantes.
 
O ministro Illa confirmou, no entanto, que o governo não irá solicitar sua prorrogação para além do próximo sábado, data em que expira.

As autoridades de Madri, que se opuseram ao estado de alerta e preferem usar confinamentos apenas nos bairros mais afetados e, assim, minimizar o impacto econômico, planejaram se reunir com Illa ainda nesta terça-feira para discutir as medidas a serem aplicadas a partir de sábado.
 
Na Espanha, país que está perto de 975 mil casos e 34 mil mortes por coronavírus, várias regiões impuseram duras medidas, como Navarra, que decretou o fechamento do perímetro de toda região a partir da próxima quinta-feira, ou a Catalunha, onde bares e restaurantes estão fechados.
 
Illa anunciou ainda que o governo autorizou a compra de 31,5 milhões de doses de vacinas no âmbito de um acordo europeu com o laboratório AstraZeneca, que poderá começar a chegar em dezembro, "se não houver atrasos".

 

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