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VENEZUELA

Governo e oposição da Venezuela retomam diálogo

As reuniões serão iniciadas em 17 de outubro em Bridgetown, Barbados

Nicolás MaduroNicolás Maduro - Foto: Yuri Cortez/AFP

O governo e a oposição da Venezuela anunciaram, nesta segunda-feira (16), que retomarão o processo de negociação política, pouco depois de um acordo de Washington com Nicolás Maduro, apesar de não reconhecê-lo formalmente como presidente.

As partes informaram em um comunicado sua decisão de "retomar o processo de diálogo e negociação, facilitado pela Noruega, com o objetivo de chegar a um acordo político".

"As reuniões serão iniciadas em 17 de outubro em Bridgetown, Barbados", acrescenta o comunicado.

As negociações, que até agora ocorriam no México, começaram em agosto de 2021, mas em outubro daquele ano foram suspensas após a extradição para os Estados Unidos do empresário Alex Saab, acusado de lavagem de dinheiro e de atuar como 'laranja' do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Foram brevemente retomadas, mas em novembro de 2022 houve uma nova ruptura depois que o governo de Maduro condicionou o diálogo ao desembolso de 3 bilhões de dólares (15,8 bilhões de reais, na cotação da época) de fundos congelados da Venezuela no exterior e administrados pelas Nações Unidas.

Os delegados do governo exigiram também o fim das sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos, que incluem um embargo ao petróleo, e pela União Europeia.

A oposição exige condições eleitorais e o levantamento das desqualificações de possíveis candidatos, como María Corina Machado, favorita nas primárias de 22 de outubro que definirão o adversário de Maduro nas eleições do próximo ano.

"Livres e justas"
A retomada coincide também com um acordo entre os Estados Unidos e o governo de Maduro para a "repatriação direta" de venezuelanos sem documentos, devido ao crescente aumento da migração nesse país.

Washington não reconhece o governo de Maduro desde 2019, quando este tomou posse para um segundo mandato, ao considerar que a sua reeleição um ano antes foi fraudulenta.

O governo dos EUA já manifestou a sua vontade de levantar progressivamente as sanções financeiras que impôs ao país se forem alcançados acordos para as eleições do próximo ano.

Washington pede que as eleições, nas quais Maduro aspira à reeleição, sejam "livres e justas".

"Todos os compatriotas são bem-vindos", comemorou o presidente logo após o acordo.

"Saída negociada"
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, relatou na semana passada os contatos entre as partes para reiniciar o processo.

"É bom que se procure uma saída negociada, política, pela via democrática", disse ele no dia 13 de outubro, na sua habitual coletiva de imprensa matinal.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, também saudou a "retomada das negociações entre o governo venezuelano e a oposição".

"O desbloqueio da Venezuela é fundamental para a prosperidade do seu povo e a redução dos êxodos para os Estados Unidos", escreveu o presidente na rede social X (antigo Twitter).

Petro já tentou retomar as negociações por meio de uma reunião em abril em Bogotá com 20 países, incluindo os Estados Unidos, que eram a favor da flexibilização das sanções em troca de garantias para as eleições de 2024, nas quais Maduro buscará o seu terceiro mandato.

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