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CONFLITO

Governo e rebeldes do Iêmen trocam acusações sobre violação da trégua

O ministro iemenita das Relações Exteriores, Ahmed ben Mubarak, acusou os houthis de "violar" o cessar-fogo

Recebimento de alimentos no IêmenRecebimento de alimentos no Iêmen - Foto: Khaled Ziad/AFP

O governo e os rebeldes do Iêmen trocaram acusações nesta terça-feira (5) sobre violações do acordo de cessar-fogo, três dias após a entrada em vigor da medida em um país devastado por sete anos de guerra.

O conflito iniciado em 2014 é protagonizado por forças leais ao governo, apoiadas desde 2015 por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, e pelos rebeldes houthis, respaldados pelo Irã, país que nega fornecer armas aos insurgentes.

Uma trégua de dois meses entrou em vigor no sábado, primeiro dia do Ramadã, mês de jejum e oração para os muçulmanos, e provocou uma luz de esperança para o fim do conflito, uma das crises humanitárias mais graves do mundo.

O ministro iemenita das Relações Exteriores, Ahmed ben Mubarak, acusou os houthis de "violar" o cessar-fogo.

A trégua "está ameaçada pelas violações cometidas pelos houthis, concretamente pelos deslocamentos militares, mobilizações de tropas e veículos e disparos de artilharia e ataques com drones", afirmou no Twitter, em uma mensagem em inglês, se revelar mais detalhes.

Os rebeldes não comentaram as acusações, mas também citaram "violações" da trégua por parte das tropas governamentais no domingo e segunda-feira.

A trégua, que pode ser prorrogada caso os beligerantes aceitem, estipula que todas as ofensivas militares aéreas, terrestres e marítimas devem cessar no conflito, que provocou centenas de milhares de mortes, segundo a ONU, e afundou o país pobre da península arábica na fome.

O cessar-fogo também permite a entrada de 18 petroleiros nos portos da região de Hodeida (oeste) e o acesso de alguns voos comerciais ao aeroporto de Sanaa, a capital do país.

A coalizão controla o espaço aéreo e marítimo do Iêmen e apenas os voos da ONU estão autorizados a pousar em Sanaa, um "bloqueio" denunciado pelos houthis.

Sanaa e os portos de Hodeida estão, no entanto, sob controle dos rebeldes. O presidente do Iêmen, Abd Rabbo Mansur Hadi, pediu aos houthis que negociem pelo "bem da população".

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