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Governo lança Movimento Nacional pela Vacinação; veja quais as piores coberturas

Doses contra pólio, sarampo e febre amarela não alcançaram 70% do público-alvo em 2022

Vacina bivalente contra a Covid-19Vacina bivalente contra a Covid-19 - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Nessa segunda-feira (27), o Ministério da Saúde lançou o Movimento Nacional pela Vacinação, mobilização que busca não apenas atrair os grupos prioritários para receber a dose bivalente da Covid-19, mas também recuperar as coberturas dos outros imunizantes no Brasil – que estão em queda desde 2015.

— Vamos proteger nossas vidas. Esse movimento tem que ser do governo federal, dos governos estaduais, municipais, de toda a sociedade. É o movimento em defesa da vida. União e reconstrução. Viva o SUS. Viva a volta do Zé Gotinha — disse a ministra Nísia Trindade durante o evento de lançamento da campanha, em Brasília.

A tarefa não é simples: no ano passado, nenhuma vacina ultrapassou a cobertura de 90% do público-alvo, meta preconizada para a maioria das doses ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

De acordo com dados do Sistema de Informação do PNI, disponibilizados no DataSUS, entre as piores adesões estão justamente a proteção contra a poliomielite e o sarampo, doenças graves que já foram erradicadas do país, além da febre amarela.

Do calendário infantil, a cobertura mais baixa é a da tríplice viral, que com duas doses previne o sarampo, a rubéola e a caxumba. No ano passado, 80,2% chegaram a receber a primeira dose, porém somente 57,1% completaram o esquema vacinal. A primeira dose é feita aos 12 meses de idade, e a segunda, aos 15 meses.

A cobertura enfraquece o combate ao sarampo no Brasil. O país chegou a conquistar o status de livre da doença em 2016, depois de uma campanha de vacinação bem sucedida que levou a uma cobertura de 92,9% em 2014 e aos últimos diagnósticos confirmados em 2015. Nos dois anos seguintes, o país permaneceu sem registrar novos casos da doença.

No entanto, com a queda na vacinação, que ficou abaixo de 80% desde então, em 2018 o vírus voltou a circular no país, levando a surtos nos anos seguintes que fizeram o Brasil perder o certificado de eliminação do sarampo.

Em seguida entre as piores coberturas de 2022, está a vacina da febre amarela, que alcançou somente 60,2% do público-alvo. O imunizante é indicado a crianças de até 5 anos em duas doses, a primeira aos 9 meses de idade, e a segunda, aos 4 anos.

A cobertura também está longe do desejado para a poliomielite, infecção pelo poliovírus que causa quadros de paralisia infantil. A vacinação é imprescindível para manter o quadro de erradicação da doença. No ano passado, Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou o Brasil, junto com República Dominicana, Haiti e Peru, entre países com “risco muito alto” de reintrodução do vírus devido à queda na proteção.

O esquema vacinal para a pólio é feito em cinco doses: as três primeiras aos 2, 4 e 6 meses de idade; um primeiro reforço aos 15 meses e um segundo aos 4 anos. Em 2022, 76,3% dos bebês receberam as três primeiras aplicações, bem abaixo da meta de 95%. Em 2015, por exemplo, esse percentual era de 98,3%. Já com os reforços foi ainda pior - apenas cerca de 67,3% do público de cada um foi vacinado no último ano.

Veja as coberturas vacinais de 2022:

Coberturas vacinais no Brasil em 2022

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