Governo russo ameaça reprimir protestos contra guerra
Comunicado do Comitê de Investigação da Rússia alertou a população sobre possíveis manifestações
As autoridades russas ameaçaram, nesta quinta-feira (24), reprimir quaisquer manifestações "não autorizadas" contra a guerra na Ucrânia, país onde Moscou lançou uma ampla operação militar há algumas horas.
Em um comunicado, o Comitê de Investigação da Rússia alertou a população sobre as implicações legais para quem participar de protestos não autorizados, relacionados com a "tensa situação em matéria de política externa".
O Comitê disse reagir às convocações feitas nas redes sociais para protestar contra a decisão do presidente Vladimir Putin de atacar a Ucrânia.
"Devem estar cientes das consequências legais negativas destas ações, na forma de acusações que podem acarretar responsabilidades penais", explicou.
O Ministério russo do Interior disse que tomará "todas as medidas necessárias para garantir a ordem pública".
A Rússia conta com uma severa legislação de controle das manifestações, as quais terminam, muitas vezes, em prisões em massa.
Nas redes sociais russas, estão surgindo várias convocações às ruas para protestar contra a invasão da Ucrânia.
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O observatório independente de direitos humanos OVD-info relatou que 27 pessoas já foram detidas em diferentes partes da Rússia por protestarem contra a guerra.
Hoje, durante audiência judicial por um novo processo aberto, iniciado na semana passada, o opositor russo Alexei Navalny se declarou contra a invasão. Inimigo declarado do Kremlin, ele está preso desde janeiro de 2021.
"Sou contra esta guerra", segundo um vídeo publicado pelo canal de oposição Dojd.
"Sou contra esta guerra. Acredito que esta guerra entre Rússia e Ucrânia está sendo travada para acobertar o roubo de cidadãos russos e desviar sua atenção dos problemas que existem dentro do país, da deterioração da economia", afirmou Navalny.
Navalny disse que "esta guerra causará um grande número de vítimas, arruinará vidas e continuará a política de empobrecimento dos cidadãos russos".