Governo talibã do Afeganistão liberta um americano
Dois outros americanos detidos no Afeganistão foram libertados em janeiro em troca de um combatente afegão condenado por "narcoterrorismo" nos Estados Unidos
Um americano detido pelos talibãs no Afeganistão por mais de dois anos foi libertado nesta quinta-feira (20), após uma rara visita de altos funcionários dos Estados Unidos ao governo talibã, em Cabul.
George Glezmann, um ex-mecânico de aeronaves, "está voltando para casa para se juntar à esposa, Aleksandra", anunciou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em um comunicado, elogiando o papel do Catar na libertação.
Uma fonte do Catar próxima ao assunto disse à AFP que Glezmann passaria primeiro pelo Catar e que Adam Boehler, o enviado dos EUA para os detidos, o acompanharia no avião.
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Boehler se encontrou nesta quinta-feira com o ministro das Relações Exteriores do governo talibã, Amir Khan Muttaqi, junto com o ex-enviado dos EUA para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad.
"Hoje é um grande dia", escreveu Khalilzad no X. "O governo talibã concordou em libertar (Glezmann) como um gesto de boa vontade com o presidente americano e o povo americano", observou ele.
Dois outros americanos detidos no Afeganistão foram libertados em janeiro em troca de um combatente afegão condenado por "narcoterrorismo" nos Estados Unidos.
Marco Rubio chamou a libertação de Glezmann de um "passo positivo e construtivo", mas observou nesta quinta-feira que "outros americanos" continuam detidos no Afeganistão, sem identificá-los.
Após a eleição de Donald Trump, o governo de Cabul declarou que esperava um "novo capítulo" nas relações entre o Afeganistão e os Estados Unidos.
Durante seu primeiro mandato, o presidente americano assinou um acordo de paz com os talibãs.
Nenhum país no mundo reconheceu oficialmente o governo talibã, mas vários países, incluindo Paquistão, Rússia, China, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Irã, mantiveram suas embaixadas abertas em Cabul após seu retorno ao poder em 2021.