Logo Folha de Pernambuco
EUA

Governo Trump começa a prender imigrantes ilegais em Nova York; vídeo

Nova administração tem dado ampla publicidade a essas detenções

A recém-nomeada secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, divulgou a 'operação de fiscalização' ocorrida na cidade de Nova York, nos EUA, em busca de imigrantes ilegaisA recém-nomeada secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, divulgou a 'operação de fiscalização' ocorrida na cidade de Nova York, nos EUA, em busca de imigrantes ilegais - Foto: divulgação

A recém-nomeada secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, anunciou nas redes sociais que participou de uma “operação de fiscalização” na cidade de Nova York na madrugada desta terça-feira.

A operação resultou na prisão de um imigrante ilegal acusado de sequestro, agressão e roubo. Noem, que comanda a agência federal responsável pelo sistema de imigração do país, escreveu que “meliantes como este continuarão a ser removidos das ruas”.

Ela também publicou um vídeo que mostra dois agentes fora de um prédio residencial em um local não divulgado. Ambos conduziram um homem algemado para um carro. Um porta-voz do escritório do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) em Nova York recusou-se a fornecer mais detalhes sobre a prisão.


Não está claro se o ICE tem conduzido outras prisões na cidade, mas um porta-voz de Noem afirmou que havia “múltiplas operações de fiscalização” em Nova York nesta terça-feira.

 

A legislação de Nova York permite que a cidade coopere com solicitações de retenção do ICE em casos de indivíduos que tenham sido condenados por crimes violentos ou graves, ou os identificados como possíveis correspondências no banco de dados de triagem de terrorismo.

A cidade não auxilia na transferência dessas pessoas para a custódia do ICE e não rastreia o status migratório das pessoas sob sua custódia.

Por isso mesmo, o departamento de polícia da cidade informou seus oficiais de que suas regras os impedem de participar de “ações de fiscalização de imigração realizadas pelo ICE” e que solicitações de autoridades federais de imigração devem passar por revisão legal antes de o departamento prestar qualquer assistência.

O prefeito de Nova York, o democrata Eric Adams, por sua vez, pediu que a cidade reforme suas políticas para permitir maior conformidade com as autoridades federais no caso de pessoas acusadas de crimes.

Deportação em massa
Desde sua posse na semana passada, o presidente americano, Donald Trump, tomou medidas amplas relacionadas à imigração. As iniciativas ocorrem após o republicano prometer realizar a maior deportação em massa da História do país, focando inicialmente em imigrantes com antecedentes criminais.

Entre seus primeiros atos oficiais após tomar posse estão a declaração de emergência nacional na fronteira sul, com ordem para o envio de milhares de tropas adicionais para auxiliar na fiscalização, e o corte do acesso ao pedido de asilo.

O ICE, que começou a publicar balanços diários de detenções nas redes sociais, relatou mais de 3.500 prisões em todo o país desde que Trump assumiu o cargo, incluindo um total de 1.179 apenas na segunda-feira. Esse número diário é significativamente maior do que a média de 310 prisões diárias no último ano do governo do ex-presidente Joe Biden.

Sob a administração democrata, a agência prendeu 4.667 pessoas no ano fiscal de 2024 na região, uma média de cerca de 12 por dia. Em 2023, foram 9.229 prisões, ou cerca de 25 por dia.

A administração Trump está dando ampla publicidade a essas prisões em todo o país, com a chegada de Noem a Nova York ocorrendo apenas dois dias após uma ação conjunta de repressão à imigração ilegal em Chicago.

Autoridades federais não informaram quantas pessoas foram presas em Chicago, mas Thomas Homan, conhecido como o “czar da fronteira” do presidente, disse que o ICE estava mirando em pessoas com antecedentes criminais, mas que houve “prisões colaterais” de imigrantes que estavam próximos aos alvos das operações.

— Meu objetivo é prender o maior número possível de ameaças à segurança pública e nacional antes de passar para outras prioridades — disse Homan à CNN no domingo.

Veja também

Newsletter