Graças a países americanos, AIE prevê oferta suficiente de petróleo para 2024
O Brasil representa cerca de 3% da oferta mundial de petróleo
Apesar da decisão da Arábia Saudita de desistir de aumentar sua capacidade de produção petrolífera, a oferta mundial será suficiente em 2024, graças a vários países americanos, disse nesta quarta-feira (31) o chefe da Agência Internacional de Energia (AIE).
Fatih Birol afirmou que a demanda mundial de petróleo aumentará em 1,2 milhão de barris diários em 2024, mas descartou que isso possa gerar alterações importantes no mercado.
"Há muita oferta vinda das Américas -Estados Unidos, Brasil, Canadá e Guiana- que será suficiente para cobrir esse aumento", disse Birol a jornalistas em Brasília após um encontro com autoridades do governo.
"Se não houver problemas geopolíticos maiores no Oriente Médio e em outros lugares, espero um ano tranquilo para os mercados de petróleo", acrescentou o diretor da AIE, com sede em Paris.
O Brasil representa cerca de 3% da oferta mundial de petróleo, indicou Birol.
"O mundo deveria ser grato ao Brasil por ser um provedor confiável" de petróleo, continuou, ao mencionar as "agitações geopolíticas" pelo conflito entre Israel e Hamas e os impactos dos ataques dos rebeldes huthis do Iêmen no transporte marítimo internacional.
A estatal saudita Aramco informou na terça-feira ter recebido uma ordem do governo para interromper seus planos de aumentar a capacidade de produção de petróleo, que será mantida em 12 milhões de barris diários.
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O anúncio influenciou na alta dos preços do petróleo, também alavancados pelas tensões no Oriente Médio, a decisão dos Estados Unidos de impor novas sanções a setores petrolíferos da Venezuela e os ataques de drones ucranianos contra instalações petrolíferas em território russo.
Birol disse que a demanda mundial de petróleo chegará ao ápice até 2030 antes de cair devido à desaceleração econômica da China, mas especialmente aos esforços para mudar a matriz energética para fontes renováveis.
O diretor da AIE visita nesta quarta e quinta-feira Brasília, onde se reúne com ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, Birol assinou um acordo de aceleração da transição energética no Brasil.
"A transição para energias limpas é a principal tendência dos mercados energéticos", declaro.