Graduação em futebol habilita profissionais para atuação em múltiplas áreas
Marketing, Gestão, Administração e Fisioterapia são algumas das áreas para atuar sem ser atleta
O esporte favorito da maioria dos brasileiros, o futebol, tem a admiração de torcedores de diferentes idades, mas é entre o público mais jovem que o sonho em fazer carreira na profissão se destaca. Para a atuação na área além do campo existe, inclusive, uma formação acadêmica específica embora ainda seja desconhecida por muitas pessoas. Atualmente já é possível encontrar graduação em futebol ofertada por diferentes instituições de nível superior com titulação tecnológica.
Em cerca de dois ou três anos, o estudante da graduação de futebol aprende temas que vão além do jogo - como tática, técnica e treinamentos - passando por disciplinas como planejamento, nutrição, gestão e marketing esportivo.
A certificação do curso permite ao profissional ir além da atuação no campo, podendo trabalhar em diferentes áreas como Gestão Técnica e Administrativa de Futebol, Análise de Desempenho, Marketing de Marcas Esportivas e Organização de Eventos ligados ao Futebol.
Na grade curricular pode ter disciplinas como Arbitragem em Futebol, Legislação Esportiva do Futebol, Marketing Esportivo, Gestão e Esportes e Treinamento Desportivo, explica a plataforma educacional Educa Mais Brasil. A plataforma, em parceria com instituições de ensino de todo o país, oferece bolsas de estudo de até 70% de desconto em diferentes modalidades de ensino. No site do Educa é possível encontrar bolsa de estudo para a graduação em futebol com 30% de desconto em parceria com a UniDrummond.
Time multidisciplinar dentro e fora do gramado
O fisioterapeuta do Esporte Clube Vitória, Michel Aguiar, 37 anos, explica que sem uma equipe multidisciplinar ao redor dos jogadores eles não teriam destaque em campo. “Não existe atleta de alto rendimento sem uma equipe multidisciplinar por trás dele. Sem essa equipe ele não consegue atingir seu pico e se manter nele. Médicos, Fisioterapeutas, Nutricionistas, Psicólogos, Enfermeiros, Preparador Físico e Fisiologia atuantes são essenciais na vida de um atleta”, destaca o profissional.
O fisioterapeuta possui 13 anos de formação, com atuação desde então ligada à fisioterapia esportiva, e há 12 anos cuida dos jogadores do Vitória. Segundo ele, a principal diferença entre essa fisioterapia e a voltada para não atletas é a pressão para que o jogador volte o quanto antes para as partidas. Para ele, o maior incentivo para seguir na fisioterapia esportiva, além do amor pelo futebol, foi o importante papel que a profissão teve na Copa do Mundo de 2002. “A fisioterapia teve destaque mundial ao recuperar Ronaldo Fenômeno, que viria ser o principal jogador naquele ano”, recorda.
Quem também trabalha auxiliando os jogadores é o administrador de empresas Jonas Sousa, responsável pela FairPlay Agency no Brasil, agência boutique de futebol criada há mais de 20 anos, na Suíça, pelo ex-jogador Dino Lamberti. No Brasil, Jonas faz a ponte entre olheiros e jogadores amadores e profissionais que querem construir carreira no exterior. O seu trabalho envolve, ainda, prestar assistência e assessoria a esses atletas e seus familiares em diferentes áreas, como as mais burocráticas que envolvem profissionais como advogados desportivos, por exemplo.
“Pode ser que quem esteja vendo de longe ou seja muito fã de futebol pense que é só aquilo ali dentro de campo, mas realmente tem muita coisa envolvida. São muitas informações e situações que lidamos, seja do próprio jogador, o nosso cliente, como da família”, explica Jonas, que destaca ainda que gerir a carreira de um atleta tem como foco principal garantir a atuação dentro de campo com mais tranquilidade.
O Futebol no Brasil
A história conta que o futebol, assim como o conhecemos atualmente, foi criado em meados do século XIX, na Inglaterra, e veio para o Brasil em 1894, através do paulista Charles W. Miller. Um par de bolas e um livro com as regras do jogo trazidos por ele de terras inglesas foram o pontapé para a prática do esporte por aqui e que anos depois se tornaria o mais popular do Brasil. Tanto que o país dedica o 19 de julho como Dia Nacional do Futebol, em homenagem ao time mais antigo do país em atividade, o Sport Club Rio Grande, criado em 19 de julho de 1900.
Passados todos esses anos, o futebol deixou de ser de elite – onde até mesmo os negros eram segregados da prática – e passou a ser uma paixão nacional, jogado de modo amador em um campo simples de bairro até de maneira profissional em grandes estádios. Embora muito do que seja ressaltado fique por conta da atuação dos jogadores em campo, o futebol é mais profundo que isso e envolve diferentes profissões.