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TECNOLOGIA

Graduação em Inteligência Artificial na UFPE: veja como se inscrever

Ao todo, serão ofertadas 50 vagas para o curso

Aulas começam em maioAulas começam em maio - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

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Com foco nos avanços tecnológicos e olhares aprimorados mirando o futuro, o Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) lançou o curso de bacharelado em Inteligência Artificial (IA). O evento inaugural aconteceu no auditório da Reitoria da instituição, nesta sexta-feira (21).

Vista aérea do campus da UFPE, no Recife | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Agora com as inscrições abertas, serão disponibilizadas 50 vagas aos estudantes. Elas serão divididas em duas entradas, uma neste primeiro semestre e a outra no segundo. O período para se inscrever vai até o dia 5 de abril. Interessados devem acessar o site oficial do centro, onde consta o edital de seleção.

Cronograma
Para o ingresso, os alunos poderão utilizar as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) dos três últimos anos. O resultado preliminar vai ser divulgado no dia 9 de abril. Os aprovados serão convocados, no dia 13 do mesmo mês, para entrega de documentações.

O resultado final será revelado no dia 17. O início das aulas está previsto para o dia 5 de maio. No ano que vem, a seleção será feita através do Sistema de Seleção Unificada (SiSU).

Conteúdo da graduação
Essa formação trará disciplinas como Aprendizado Profundo, Ética em IA, Inteligência Artificial Generativa e Modelos de Linguagem, e Engenharia de Software para Inteligência Artificial.

Todo conteúdo com uma forte ênfase em projetos práticos e parcerias com o setor produtivo. Formando, assim, profissionais qualificados para promover a transformação digital com desenvolvimento sustentável.

Cotas
Mais de 50% das vagas são dedicadas a cotistas. Das 25 que são oferecidas por semestre para o curso de bacharelado em Inteligência Artificial, 12 são direcionadas à ampla concorrência; 4 a estudantes de escolas públicas; 5 a candidatos autodeclarados pretos ou pardos; 1 para indígenas; 1 para quilombolas e 2 a pessoas com deficiência.

Referência
O professor Paulo Salgado, que é coordenador de ensino do curso, explica o porte e destaca as principais características que um aluno interessado nessa modalidade deve ter. Segundo ele, o novo bacharelado em IA tem inspirações em unidades de ensino reconhecidas mundialmente, como a Universidade de Sydney, na Austrália. No Brasil, o curso é oferecido em Goiás e no Rio Grande do Norte.

“IA é uma área de ciências da computação que tem crescido muito nos últimos anos. Nós tivemos, durante a concepção, a preocupação de, no curso, dar a base de computação para o nosso aluno, mas, ao mesmo tempo, de fazer com que ele veja áreas avançadas da própria IA. Divididas as disciplinas de computação, também vamos ver matemática, estatísticas de programação, disciplinas básicas de IA e as eletivas, que devem evoluir com o tempo. Elas têm o objetivo de resolver os problemas da sociedade”, comentou ele.

“Para fazer esse curso, o aluno precisa gostar de matemática e que queira aprender. A própria computação evolui. O aluno tem que vir com a mente aberta para resolver problemas complexos em diversas áreas. O mais legal de IA é que você pode resolver problemas em vários setores, na área jurídica, na saúde e na segurança, complementou Salgado.

O que faz um profissional de IA?
O bacharel em IA poderá atuar em indústrias de diversas áreas, como empresas de desenvolvimento de software, setores de Tecnologia da Informação de instituições públicas e privadas, e em empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica. Também é possível atuar de forma autônoma, através da prestação de serviços de consultoria ou da criação de empreendimentos.

Alguns cargos que poderão ser ocupados pelo profissional formado no curso são cientista de dados; engenheiro de machine learning, de IA ou de dados; especialista em processamento de linguagem natural, visão computacional, IA generativa, cibersegurança com IA ou ética e governança de IA; pesquisador; consultor de IA; arquiteto de soluções em IA; desenvolvedor de sistemas autônomos; gerente de projetos em IA; analista de negócios com IA ou professor/instrutor de IA.

Conheça o CIn-UFPE
Um centro de excelência no ensino de Informática no Brasil e no mundo com 50 anos de história, o CIn-UFPE já formou mais de 2800 bacharéis e profissionais em Ciência da Computação, Engenharia da Computação e Sistemas de Informação.

Com a nova graduação, ele dá continuidade ao protagonismo em Inteligência Artificial que teve início na década de 1970, através do trabalho realizado com Inteligência Computacional, um dos ramos da IA. Desde então, o CIn.AI, grupo de pesquisa composto atualmente por mais de 20 professores, já formou mais de 450 mestres e 120 doutores na área.

O CIn é sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Inteligência Artificial (IAIA) e também de dois dos 11 Centros de Pesquisa Aplicada (CPA) em Inteligência Artificial do Brasil, a maior iniciativa de pesquisa em IA em curso no país coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Comitê Gestor da Internet (CGI.BR). Sendo berço de inovação em IA através da criação de empresas como a Neurotech/B3, fundada no CIn-UFPE/CESAR em 2002.

Trabalhando no curso desde a concepção, a professora Teresa Ludermir conta que já era um desejo da UFPE em ofertar esse curso. O projeto vinha em desenvolvimento há quase cinco anos.

“O curso tem nove semestres. O último é dedicado ao Trabalho de Conclusão de Curso [TCC]. Em média [semestralmente], teremos cinco disciplinas. Embora no primeiro [semestre] tenhamos quatro [disciplinas], porque uma delas é dobrada. Somando, teremos a oferta de 40 disciplinas. Só que os três últimos semestres são feitos de disciplinas eletivas, que chegam a 15 opções. Então, essas possibilidades são importantes, porque a área é abrangente”, afirma ela.

O reitor da universidade, professor Alfredo Gomes, reforça que a nova modalidade de curso faz parte de uma iniciativa que veio à tona, a partir da criação do Plano Nacional de Inteligência Artificial, lançado em julho de 2024, pelo Governo Federal.

O professor Alfredo Gomes é reitor da universidade | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

“Foi aprovado o plano para que iniciativa como essas se espalhem pelo Brasil e é necessário, portanto, o processo de formação de especialistas, para a gente poder caminhar nesse sentido. Também é uma ferramenta fundamental para o processo de desenvolvimento econômico. Em todo e qualquer País, hoje, há esse processo de formação, de quadros altamente qualificados”, ressaltou Gomes.

“Vai ter uma inerência muito forte na questão de mercado, empreendedorismo e inovação. Está antenado com o que está acontecendo, de maneira geral, nas áreas empresarial e industrial. A universidade responde com muita precisão e com muita aderência essas expectativas de transformação da economia, nessa conjuntura atual”, acrescentou ele, revelando ainda que o ministro da Educação do Brasil, Camilo Santana, deve comparecer á UFPE na aula inaugural do dia 5 de maio.


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