Grande Barreira de Corais da Austrália vê um frágil ressurgimento de seu recife
Segundo os pesquisadores, as partes centrais e no norte do recife recuperaram-se do dano mais rápido que o esperado
O governo australiano declarou nesta quarta-feira (04) que partes da Grande Barreira de Corais da Austrália atualmente contam com os níveis mais altos de cobertura em décadas. Eles sugerem a possibilidade de sobrevivência da maravilha aquática caso houvesse oportunidade.
O Intituto Australiano de Ciências Marinhas explica que o vasto patrimônio da Unesco revelou um grande aumento na cobertura de parte dos corais durante o ano passado, alcançando níveis nunca vistos em 36 anos de monitoramento.
Os cientistas responsáveis por 87 seções da barreira disseram que as partes centrais e no norte do recife recuperaram-se do dano mais rápido que o esperado, principalmente graças ao crescimento rápido da Acropora, um coral ramificado capaz de abrigar milhares de espécies marinhas.
"Os últimos resultados mostram que o recife ainda pode recuperar-se nos períodos que não há pertubações intensas", Paul Hardisty, diretor do Instituto, destacou.
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Longe de contar vitória, Hardisty adverte que as melhorias poderiam ser facilmente revertidas caso haja ciclones, novos episódios de branqueamento ou surtos de estrela-do-mar coroa-de-espinhos.
Como exemplo, ele apontou uma mudança na parte sul do recife. Há um ano essa região parecia estar melhorando, mas voltou a declinar.
"Isso mostra como o recife é vulnerável a contínuas pertubações, agudas e graves, que ocorrem com mais frequência e são mais duradouras" que antes, acrescenta o diretor.
A cobertura do coral aumentou em 36% nos locais analisados na parte norte do recife, em comparação a 27% em 2021.
Apenas a pressão do governo australiano impediu que a Unesco categorizasse o recife como um local "em perigo", um golpe devastador para a indústria turística biolionária do país.
Entretanto muitos temem a destruição completa do recife devido ao avanço dos danos.
O cientista marinho Terry Hughes disse que a volta do crescimento dos corais é uma boa notícia, mas esclarece que as espécies que impulsionam a recuperação são muito vulneráveis ao aquecimento do oceano.