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Greve dos petroleiros franceses

Greve de petroleiros na França se prolonga, e já falta combustível em um terço dos postos do país

A paralisação fez com que 29,7% dos postos de gasolina na França ficassem sem pelo menos um tipo de combustível

Refinaria de petróleo Esso e armazenamento de Fos-sur-Mer, perto de Marselha, em 11 de outubro de 2022, quando o governo francês ameaçou hoje quebrar à força os bloqueios de refinarias e depósitos de petróleo, que foram paralisados pela ação grevistaRefinaria de petróleo Esso e armazenamento de Fos-sur-Mer, perto de Marselha, em 11 de outubro de 2022, quando o governo francês ameaçou hoje quebrar à força os bloqueios de refinarias e depósitos de petróleo, que foram paralisados pela ação grevista - Foto: Nicolas Tucat / AFP

O governo do liberal de Emmanuel Macron disse estar pronto para "intervir" para encerrar uma greve dos petroleiros que já dura três semanas e já deixou um terço dos postos de combustível da França sem combustível . A ideia é recorrer mais uma vez às reservas estratégicas e ordenar que os grevistas voltem ao trabalho.

Na semana passada, a França chegou a utilizar suas reservas estratégicas de combustível para reabastecer os postos de gasolina, apesar de o porta-voz do governo, Olivier Veran, afirmar que não havia escassez em nível nacional e de 60% da capacidade de refino do país terem sido afetadas.

- Ou a negociação [entre empresas e sindicatos] começa, é bem-sucedida e os depósitos de combustível são reabertos rapidamente, ou vamos usar os outros meios disponíveis. Estamos falando de horas, dias no máximo - alertou o ministro da Economia, Bruno Le Maire.

Se a situação não melhorar "muito rápido", o governo poderá "desbloquear, reabrir o acesso aos depósitos de combustível e refinarias e recrutar trabalhadores para permitir a normalização da situação", acrescentou Veran.

A ameaça do governo de requisitar trabalhadores para que as refinarias voltem a funcionar e os caminhões de combustível voltem a circular provocou uma resposta furiosa do sindicato CGT, que ameaçou travar uma "guerra" contra Macron se ele forçasse os grevistas das refinarias a voltarem ao trabalho.

Apesar da pressão das autoridades, vários sindicatos retomaram as paralisações nesta terça-feira em instalações da TotalEnergies, incluindo sua principal refinaria em Le Havre, no norte do país, e em duas refinarias de sua rival Esso-ExxonMobil.

Trabalhadores querem reajuste

A paralisação fez com que 29,7% dos postos de gasolina na França ficassem sem pelo menos um tipo de combustível.

O CGT, que convocou a greve na TotalEnergies, exige um aumento salarial de 10% em 2022 --7% pela inflação e 3% pela distribuição de riqueza--, mas a direção está aberta a negociar apenas o salário de 2023. Eles alegam que as petroleiras tiveram forte alta nos lucros com o aumento do preço do petróleo.

Os grevistas conseguiram fazer com que a empresa concordasse em adiantar em um mês a negociação salarial prevista para novembro, mas com a condição do fim da greve, o que consideram "uma chantagem".

Na Esso-ExxonMobil (Esso France), CGT e o sindicato FO retomaram a greve, considerando insuficiente um acordo feito no dia anterior entre a direção e outras entidades sindicais para um aumento salarial de 6,5% em 2023, acompanhado de bônus.

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Segundo a Esso France, os trabalhadores ligados aos sindicatos CFE-CGC e CFDT, que representam a maioria em seus funcionários, concordaram com uma oferta de aumento salarial de 6,5% em 2023 e um bônus de € 3.000 (US$ 2.916,30).

Governo sob pressão

Embora nos últimos dias o governo tenha se limitado a apelar ao diálogo, suas ameaças de intervenção chegam agora em um momento em que está sob pressão, especialmente por parte da oposição.

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A extrema-direita e a direita acusam a "falta de antecipação" do governo e pedem ações, enquanto, num contexto de inflação, a esquerda critica as "ameaças aos trabalhadores" e "carícias aos patrões".

Na noite de segunda-feira, a primeira-ministra Élisabeth Borne convocou uma reunião de emergência com os ministros do Interior, Gérald Darmanin; da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher; e dos Transportes, Clément Beaune, além de Véran.

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