Nova greve dos ônibus do Grande Recife pode ser decratada, afirmam rodoviários
De acordo com trabalhadores, empresas como Consórcio Recife e a Mobibrasil estariam descumprindo com Convenção Coletiva de Trabalho
Rodoviários podem decretar uma nova greve dos ônibus no Grande Recife. O motivo é a insatisfação dos trabalhadores com algumas permissionárias, como o Consórcio Recife e a Mobibrasil, que não estariam cumprindo a Convenção Coletiva de Trabalho, acordo realizado por intermédio da Justiça do Trabalho que encerrou a última paralisação, em agosto deste ano.
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De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, chegaram denúncias de diversos trabalhadores que empresas permissionárias não estariam cumprindo com acordos já estabelecidos, como a entrega do espelho de ponto, que é um meio de controle da jornada do trabalhador.
A categoria também afirma que as permissionárias não teria apontado o tempo percorrido pelo trabalhador entre garagem e terminal, que também é um direito dos motoristas.
As denúncias se referem às empresas Mobibrasil e Consórcio Recife, onde houve assembleias dos trabalhadores com o sindicato, a última delas na madrugada desta terça-feira (19).
Em contato com a reportagem, o sindicato também afirmou que queixas do tipo chegaram de trabalhadores de outras empresas da Região Metropolitana do Recife (RMR), e, por isso, uma paralisação não é descartada.
"Vamos chamar atenção do Governo para que essas medidas acordadas na Justiça sejam cumpridas, porque são direitos do trabalhador conquistados na última greve. Se isso persistir, e dependendo do que ouvirmos de outros trabalhadores das demais empresas, podemos fazer uma nova greve", explicou o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários, Josival Costa.
Nos próximos dias, o sindicato deve passar em assembleia por outras empresas da região para ouvir os trabalhadores. A categoria também deve judicializar a questão ainda nesta terça, com o objetivo de pressionar o poder público e chamar atenção para a demanda.
Urbana nega
Por meio de nota, a Urbana-PE, que gere as empresas de ônibus do Grande Recife, afirmou que "não há descumprimento do acordo coletivo celebrado este ano".
"A entidade tem fornecido orientações às empresas associadas e monitorado a implementação dos pontos pactuados no referido acordo. Informamos ainda que os espelhos de ponto detalhados, contemplando os tempos de deslocamento garagem-terminal e de prestação de contas, estão sendo fornecidos conforme modelo validado pelo próprio Sindicato dos Rodoviários", disse a Urbana-PE.
Confira, abaixo, a nota na íntegra.
A Urbana-PE informa que não há descumprimento do acordo coletivo celebrado este ano com a categoria dos rodoviários. A entidade tem fornecido orientações às empresas associadas e monitorado a implementação dos pontos pactuados no referido acordo. Informamos ainda que os espelhos de ponto detalhados, contemplando os tempos de deslocamento garagem-terminal e de prestação de contas, estão sendo fornecidos conforme modelo validado pelo próprio Sindicato dos Rodoviários.
A Urbana-PE também manifesta preocupação com a frequente ocorrência de paralisações ilegais promovidas nas garagens e terminais integrados. Apenas em 2024 as lideranças rodoviárias já realizaram 40 paralisações ou bloqueios de garagem ou terminal. Alertamos que esses atos recentes estão relacionados à campanha eleitoral para a escolha da nova diretoria do Sindicato dos Rodoviários, marcada para o início do mês de dezembro.
As empresas estão avaliando as medidas cabíveis para prevenir novos episódios que possam comprometer o funcionamento regular do sistema de transporte por ônibus e causar prejuízos à população.
Relembre a última greve
A última greve dos rodoviários foi de 12 a 14 de agosto e afetou cerca de 1,5 milhão de passageiros no Recife e Região Metropolitana. A paralisação causou diversos transtornos para a população, que teve que conviver com longas filas nos terminais em busca de um ônibus para se deslocarem.
À época, por intermédio do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), categoria e Urbana-PE chegaram a um acordo pelo fim da paralisação com a aprovação da Convenção Coletiva de Trabalho.
Ficou definido um aumento de 4,2% no salários, que representa um reajuste acima da inflação de 0,5%. O piso saiu de R$ 3.061 para R$ 3.189,80. O tíquete alimentação teve ajuste de R$ 366 para R$ 400. O bônus por dupla função no caso do motorista que cobra passagem ficou em R$ 180 e pago como abono salarial.