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greve dos ônibus

Ônibus do Grande Recife: rodoviários se reúnem com TRT-6; negociação com Urbana-PE é articulada

Medida busca cumprimento do que ficou acordado na Convenção Coletiva de Trabalho, após denúncias de trabalhadores de permissionárias da Região Metropolitana

BRTBRT - Foto: Arquivo Folha

Em meio à pressão por greve dos ônibus no Grande Recife, os rodoviários se reuniram, na manhã desta sexta-feira (23), com o desembargador Fábio Farias, do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6). 

O sindicato apresentou as provas que têm do descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho após denúncias de trabalhadores das empresas Consórcio Recife, Mobibrasil, Metropolitana e Caxangá. Eles também começaram a articular outra reunião, desta vez de negociação com a Urbana-PE.

"Nós tivemos uma conversa com o desembargador e foi um diálogo muito esclarecedor e pontos que precisamos, junto à Urbana, levar a discussão. Vamos fazer uma petição agora no TRT-6 para que o desembargador faça a mediação de uma conversa entre o sindicato e Urbana para uma negociação para que essas questões acordadas sejam devidamente cumpridas", explicou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, em contato com a reportagem.

A Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo que encerrou a última paralisação, em agosto. De acordo com as denúncias dos rodoviários, as quatro empresas não estariam cumprindo com a entrega do espelho de ponto, que é um importante meio de controle da jornada do trabalhador. Eles também dizem que as permissionárias não teriam apontado o tempo percorrido pelo trabalhador entre garagem e terminal, que também é um direito dos motoristas.

Por meio de nota, o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região disse que recebeu o Sindicato dos Rodoviários na manhã desta sexta-feira, a pedido da categoria.

"No encontro, o desembargador Fábio Farias, atual corregedor, ouviu relatos sobre a jornada de trabalho e, novamente, colocou o TRT-6 à disposição para mediar possíveis conflitos, com o objetivo de estabelecer uma melhor relação entre as partes. Até o momento, não houve solicitação formal de agendamento de audiências", disse o TRT-6.

Como fica para o passageiro
Em meio à pressão por greve, a categoria tem feito movimentações nas permissionárias de ônibus do Recife, e já passaram por Consórcio Recife, Mobibrasil, Metropolitana. A última delas foi a Caxangá, na madrugada desta sexta-feira. O sindicato fez uma assembleia que bloqueou as garagens até a liberação, por voltadas 5h. Por isso, vários passageiros passaram por transtornos, coisa que tem sido vista a semana inteira após as reuniões.

Como agora a categoria vai entrar com petição solicitando a mediação do desembargador, que só deve ser marcada na próxima semana. Com isso, a diretoria vai se reunir, ainda nesta sexta, para definir se vai continuar com as assembleias nos TIs.

"Vamos nos reunir, conversar e articular o que vamos fazer antes de definir qualquer outra cosia. É possível fazer outras assembleias, mas temos que ver isso primeiro", explicou Aldo.

Apesar da tentativa de negociação, no entanto, uma nova greve continua como possibilidade.

"Para o trabalhador, o cumprimento do acordo vai permitir que ele tenha o total acesso à sua jornada de trabalho. O tempo de garagem terminal, de retorno e prestação de contas também não estavam sendo pagos. Queremos nos reunir para que a Urbana-PE cumpra com o acordo. Se não cumprir, podemos ter greve", completou o presidene do sindicato da categoria.

Parada de ônibus na Avenida Conde da Boa VistaPassageiros de ônibus do Grande Recife. - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Urbana nega
Por meio de nota concedida na quinta-feira, a Urbana-PE afirmou que "não há descumprimento do acordo coletivo celebrado este ano". 

"A entidade tem fornecido orientações às empresas associadas e monitorado a implementação dos pontos pactuados no referido acordo. Informamos ainda que os espelhos de ponto detalhados, contemplando os tempos de deslocamento garagem-terminal e de prestação de contas, estão sendo fornecidos conforme modelo validado pelo próprio Sindicato dos Rodoviários", disse a Urbana-PE.

A Urbana também destacou que os atos nos terminais estariam ligados à campanha eleitoral para a escolha da nova diretoria do sindicato. As eleições acontecem no próximo dia 5 de dezembro. 

Confira, abaixo, a nota na íntegra.

A Urbana-PE informa que não há descumprimento do acordo coletivo celebrado este ano com a categoria dos rodoviários. A entidade tem fornecido orientações às empresas associadas e monitorado a implementação dos pontos pactuados no referido acordo. Informamos ainda que os espelhos de ponto detalhados, contemplando os tempos de deslocamento garagem-terminal e de prestação de contas, estão sendo fornecidos conforme modelo validado pelo próprio Sindicato dos Rodoviários.

A Urbana-PE também manifesta preocupação com a frequente ocorrência de paralisações ilegais promovidas nas garagens e terminais integrados. Apenas em 2024 as lideranças rodoviárias já realizaram 41 paralisações ou bloqueios de garagem ou terminal. Alertamos que esses atos recentes estão relacionados à campanha eleitoral para a escolha da nova diretoria do Sindicato dos Rodoviários, marcada para o início do mês de dezembro.

As empresas estão preocupadas com o impacto que os atos praticados pelas lideranças rodoviárias têm causado à população e estão avaliando as medidas cabíveis para prevenir novos episódios que possam comprometer o funcionamento regular do sistema de transporte por ônibus.

Relembre a última greve
A última greve dos rodoviários foi de 12 a 14 de agosto e afetou cerca de 1,5 milhão de passageiros no Recife e Região Metropolitana. A paralisação causou diversos transtornos para a população, que teve que conviver com longas filas nos terminais em busca de um ônibus para se deslocarem.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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À época, por intermédio do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), categoria e Urbana-PE chegaram a um acordo pelo fim da paralisação com a aprovação da Convenção Coletiva de Trabalho.

Ficou definido um aumento de 4,2% nos salários, que representa um reajuste acima da inflação de 0,5%. O piso saiu de R$ 3.061 para R$ 3.189,80. O tíquete alimentação teve ajuste de R$ 366 para R$ 400. O bônus por dupla função no caso do motorista que cobra passagem ficou em R$ 180 e pago como abono salarial.

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