Gripe: o que é, sintomas, transmissão e tratamento
Infecção respiratória causada pelo vírus Influenza é uma das mais comuns pelo mundo e pode ser atenuada com a vacinação
Uma das infecções respiratórias mais comuns no mundo, a gripe se manifesta principalmente por meio de um conjunto de sintomas que incluem febre, tosse, dor de garganta, coriza, dor no corpo, dor na cabeça, cansaço e, em alguns casos, diarreia e vômitos.
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Embora seja uma doença que pode ser atenuada com a vacinação, ainda mata até 650 mil pessoas por ano ao redor do planeta, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), especialmente em países de baixa renda e com baixo acesso à imunização.
O que causa a gripe?
Gripe é o nome da doença causada pela contaminação com uma das cepas do vírus Influenza, que causa uma infecção do sistema respiratório. Embora existam vários tipos do patógeno, o A e o B são os grandes responsáveis pelas epidemias sazonais, que costumam ocorrer durante o inverno.
Por isso, as linhagens de maior atenção do tipo A e B são selecionadas todo o ano para a atualização da vacina contra o vírus Influenza, que é distribuída à população no outono para que o sistema imunológico se prepare antes de a transmissão do vírus aumentar no inverno.
Quais os sintomas da gripe?
Os principais sintomas da gripe, segundo o Ministério da Saúde, são:
- Febre;
- Dor de garganta;
- Tosse;
- Dor no corpo;
- Dor de cabeça.
No entanto, a pasta acrescenta que a infecção também pode se manifestar por meio de:
- Calafrios;
- Mal-estar;
- Cefaleia;
- Mialgia;
- Dor nas juntas;
- Prostração;
- Secreção nasal excessiva;
- Diarreia;
- Vômito;
- Fadiga;
- Rouquidão;
- Olhos avermelhados e lacrimejantes.
Quantos dias dura a gripe?
Geralmente, os sintomas da gripe começam a se manifestar de um a dois dias depois da contaminação e duram até uma semana. Esse tempo, porém, pode variar de pessoa para pessoa.
A recomendação do Ministério da Saúde é que indivíduos infectados evitem entrar em contato com outras pessoas durante o período de transmissão do vírus, em que ocorrem os sintomas.
Orienta, por exemplo, o afastamento do trabalho ou da escola até que o paciente passe pelo menos 24 horas sem febre e sem o uso de antitérmicos.
O que acaba com a gripe?
Na maioria dos casos, a gripe é uma doença autolimitada, com a infecção sendo combatida pelo próprio sistema imunológico até 10 dias depois da contaminação. Enquanto isso, podem ser utilizados como tratamento:
- Medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos, para as dores, e antitérmicos, para a febre;
- Muita hidratação;
- Alimentação balanceada;
- Repouso para que o corpo consiga descansar enquanto combate a infecção também são medidas orientadas pelos médicos.
Além disso, existe um antiviral contra o vírus Influenza, o Fosfato de Oseltamivir (Tamiflu), que busca reduzir a replicação do patógeno no organismo. Porém, a eficácia é limitada. No Brasil, é indicado apenas para tratamentos dos casos graves que evoluem para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e precisam ser hospitalizados.
Quem faz parte do grupo de risco da gripe?
O Ministério da Saúde destaca como fatores de risco para complicações, com indicação para o tratamento, gestantes, idosos com mais de 60 anos, crianças menores de 5 anos, indígenas, imunossuprimidos, entre outros. Para essas populações, é ainda mais importante estar vacinado.
Como se proteger da gripe?
Algumas formas de prevenção que ajudam a reduzir a disseminação do vírus Influenza e, consequentemente, o risco de ser contaminado contra a gripe são:
- Medidas de higiene respiratória, como uso de máscaras por pessoas com sintomas;
- Limpeza das mãos com sabão ou álcool gel.
Ainda assim, a principal estratégia para se proteger é manter a vacinação em dia. Os vírus Influenza têm uma alta taxa de mutação, por isso novos imunizantes são produzidos a cada ano para a versão de maior circulação do patógeno naquele período.
Qual o grupo prioritário para vacina da gripe?
A vacina é segura e considerada uma das medidas mais eficazes para evitar casos graves e óbitos por gripe. Todo ano, o Ministério da Saúde dá início à campanha com a meta de imunizar ao menos 90% dos grupos prioritários – pessoas com maior risco de desenvolvimento de doença grave.
São eles:
- Idosos com 60 anos e mais;
- Trabalhadores da saúde;
- Crianças (6 meses a 5 anos);
- Gestantes;
- Puérperas;
- Povos indígenas;
- Professores;
- Pessoas com comorbidades;
- Pessoas com deficiência permanente;
- Caminhoneiros;
- Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário passageiros urbano e de longo curso;
- Trabalhadores portuários;
- Forças de segurança e salvamento;
- Forças armadas;
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- População privada de liberdade com mais de 18 anos de idade;
- Adolescentes e jovens em medidas socioeducativas.
O imunizante é aplicado no esquema de dose única a cada ano. Porém, para as crianças a partir de seis meses que vão receber a proteção pela primeira vez, o ministério orienta que seja considerado um esquema de duas doses, com a segunda no intervalo de 30 dias após a primeira.
Qual a diferença da vacina da gripe do posto de saúde e da rede privada?
Chamado de trivalente, e produzido no Instituto Butantan, em São Paulo, o imunizante que é distribuído de graça na rede pública protege contra as três principais cepas do vírus Influenza, porém é oferecido apenas para os grupos prioritários.
Já nas clínicas particulares, todos podem buscar a imunização, que conta ainda com a proteção contra uma cepa a mais, por isso sendo chamada de tetravalente.
Pode tomar a vacina da gripe e da Covid-19 no mesmo dia?
A dose da gripe pode ser administrada na mesma ocasião de outras vacinas, como a da Covid-19. Inclusive, como muitos grupos fazem parte do público-alvo de ambos os imunizantes, é uma boa ideia aproveitar a ida ao posto de saúde para colocar a proteção contra as duas doenças em dia.
Como saber se é gripe ou resfriado?
O resfriado é causado por outros tipos de vírus, como coronavírus mais leves, rinovírus, adenovírus, entre outros. Cinicamente, o resfriado costuma ser mais brando que a gripe, não apresentando principalmente sintomas de obstrução nasal, e raramente febre e sinais mais intensos de mal-estar generalizado.
Porém, somente é possível tirar a dúvida ao confirmar que se trata de gripe por meio de um teste para o vírus Influenza, como os rápidos disponíveis em farmácias.