PRECONCEITO

Grupos LGBTQIAPN+ acusam Macron de "transfobia"

A proposta de mudar de sexo no registro civil de forma livre e gratuita faz parte do programa eleitoral da aliança esquerdista Nova Frente Popular

Presidente da França, Emmanuel MacronPresidente da França, Emmanuel Macron - Foto: Hannah McKay/POOL/AFP

Os comentários do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre considerar "grotesco" a possibilidade de "mudar de sexo na prefeitura" irritou grupos LGBTQIAPN+ e a oposição de esquerda, que o acusaram de "transfobia" nesta quarta-feira (19).

Macron fez estas declarações na terça-feira durante uma visita à ilha de Sein (oeste), em plena campanha para as eleições legislativas de 30 de junho e 7 de julho, anunciadas como um desastre para a sua aliança centrista.

"Macron usa a transfobia para atacar os programas dos seus adversários políticos", escreveu a associação SOS Homophobie na rede social X, denunciando a "estratégia" do presidente de "instrumentalizar as minorias na sua disputa pelo poder".

A proposta de mudar de sexo no registro civil de forma livre e gratuita faz parte do programa eleitoral da aliança esquerdista Nova Frente Popular, que aparece em segundo lugar nas pesquisas, atrás da extrema direita.

Desde 1992, a França autoriza pessoas transexuais a modificarem o seu registro civil, mas esta modificação estava inicialmente condicionada à "prova médica irreversível de uma transformação física".

Em 2016, uma lei alterou o processo, para que não fosse solicitado exame médico, mas sim "uma compilação suficiente de fatos que indiquem que o registro relativo do seu sexo no estado civil não corresponde" com o qual se identificam.

O presidente da Inter-LGBT, James Leperlier, manifestou à AFP a sua preocupação com as declarações do chefe de Estado francês, a quem acusou de "colocar mais lenha em uma fogueira muito acesa", em referência ao "atual contexto de transfobia".

Embora a Presidência francesa tenha reiterado nesta quarta-feira a oposição de Macron à proposta da Nova Frente Popular, o entorno do presidente defendeu em declarações à AFP o seu "balanço de progresso nas questões sociais".

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