Guaidó buscará candidatura nas prévias para enfrentar Maduro em 2024
A candidatura será anunciada oficialmente em um ato de seu partido, ainda sem data marcada
O político opositor Juan Guaidó, que foi reconhecido como presidente encarregado da Venezuela pelos Estados Unidos, será candidato no processo de primárias que elegerá o adversário do presidente socialista Nicolás Maduro no pleito de 2024, informou seu partido nesta terça-feira (7).
"Decidiu-se que Juan Guaidó será o candidato do Vontade Popular", anunciou Freddy Superlano, coordenador político da legenda criada pelo político exilado Leopoldo López.
"Guaidó! Guaidó! Guaidó!", gritaram em coro os militantes presentes na coletiva de imprensa.
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As primárias estão previstas para 22 de outubro. Outros políticos como Henrique Capriles, que já foi adversário do chavismo duas vezes nas eleições presidenciais, e María Corina Machado, da ala mais radical da oposição, também já formalizaram sua participação.
Guaidó junta-se à lista após liderar por quatro anos o simbólico "governo interino" (2019-2023), criado com o apoio dos Estados Unidos e de uns 50 países, em resposta à reeleição de Maduro em 2018, tachada de fraudulenta.
O "presidente encarregado" recebeu o controle de recursos bloqueados no exterior, na medida em que impunha sanções ao governo chavista.
Entretanto, Guaidó acabou perdendo força e a própria oposição decidiu eliminar a figura da "presidência interina" em 5 de janeiro.
Guaidó, cuja candidatura será anunciada oficialmente em um ato de seu partido, ainda sem data marcada, poderá participar das primárias apesar de estar inabilitado para o exercício de cargos públicos por 15 anos. Capriles também enfrenta uma medida similar, que não tem efeito no processo de primárias.
As inabilitações, assim como as condições para as eleições de 2024, fazem parte da agenda política do processo de negociação entre oposição e governo no México. O diálogo está paralisado desde novembro, à espera da liberação dos recursos congelados pelas sanções internacionais contra Maduro para responder à crise humanitária.
"Temos que esgotar a via da negociação", disse Superlano, que também ressaltou que os partidos devem ter "capacidade" de nomear qualquer candidato caso não haja o levantamento das inabilitações.
"Sou daqueles que acredita que, com este Conselho Nacional Eleitoral, ainda mais adverso, se fizermos as coisas que temos que fazer, podemos ganhar as eleições presidenciais", acrescentou.