Guarda Costeira amplia área de buscas por submarino desaparecido; mais sons foram ouvidos
Origem do barulho ainda não identificada, segundo capitão americano; expectativa é que tripulantes tenham oxigênio até a manhã de quinta-feira
A Guarda Costeira americana anunciou, durante uma coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, que ampliou a área de buscas pelo submarino Titan, desaparecido desde domingo quando partiu rumo aos destroços do Titanic, no Atlântico Norte.
Ontem, a área vasculhada por navios e aeronaves americanos e canadenses era de 14 mil km². Agora, é de 26 mil km². Ainda segundo as autoridades americanas, mais sons foram detectados ao longo do dia.
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Além disso, a profundidade das buscas aumentou para 4 km. Os fatos da localização ser distante da costa, o clima estar sofrendo mudanças e haver ação das correntes do mar, estão influenciando nas estratégias.
— Temos que permanecer otimistas e esperançosos quando estamos em um caso de busca e resgate — disse o capitão Jamie Frederick, da Guarda Costeira dos EUA.
Ele admitiu ainda que as equipes ainda não sabem do que exatamente se tratam os barulhos ouvidos na terça-feira. Por essa razão, instalaram muitas sonobóias — bóias que contêm um sistema de sonar — na água das áreas de busca. Mais sons foram ouvidos, segundo ele.
As estimativas das autoridades apontam que a reserva de oxigênio disponível no Titan deve durar apenas até a manhã desta quinta-feira. Não se sabe ainda o que pode ter ocorrido com o veículo.
Sons detectados e esperança pelo resgate
Um especialista em busca e resgate de submarinos disse que os sons de batidas identificados na área de busca do submersível Titan, aumentam a esperança de encontrar os cinco tripulantes. O ex-comandante de submarinos na Austrália Frank Owen afirmou à rede britânica BBC que a sua "confiança" nos trabalhos de busca "aumentou em uma ordem de magnitude" quando soube das novas pistas coletadas por detectores de som flutuantes.
Isso porque, segundo o especialista, os sons de batidas podem ser fruto de um protocolo de emergência possivelmente ativado pelos tripulantes e podem sinalizar que o submarino não está numa área tão profunda como se temia.
— Em primeiro lugar, a bordo desta embarcação está um mergulhador aposentado da marinha francesa. Ele conheceria o protocolo para tentar alertar as forças de busca... A cada meia hora você bate como o diabo [nas laterais do submarino] por três minutos — afirmou Owen.