Guatemala blinda fronteira com o México para evitar entrada de traficantes
A Guatemala mobilizou mais de 2.000 soldados na fronteira sul-ocidental com o país mexicano
A Guatemala mobilizou mais de 2.000 soldados na fronteira sul-ocidental com o México para frear a entrada de narcotraficantes, que têm presença forte nessa região, informou o Exército nesta quinta-feira (28).
O objetivo da mobilização militar é "evitar qualquer possibilidade de que grupos vinculados ao crime organizado transnacional cruzem para o território guatemalteco e coloquem em perigo a população" dessas comunidades, disse os jornalistas o porta-voz do Exército, coronel Rubén Téllez.
Os soldados, com armas de guerra e veículos blindados, foram mobilizados na terça-feira nos departamentos fronteiriços de San Marcos e Huehuetenango, região montanhosa habitada por sua maioria por indígenas maias.
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Nesses departamentos, centenas de famílias pobres cultivam cannabis e papoula, materiais-primas da heroína e do ópio, diante da falta de emprego e de outros meios de subsistência.
No último fim de semana, em Chiapas, estado do sul do México fronteiriço com a Guatemala, houve uma manifestação inédita de membros do Cartel de Sinaloa, entre aplausos de moradores.
Nessa região mexicana, as extorsões e a violência provocam o desabastecimento de comida, falta de luz e de sinal de internet, declararam um morador à AFP nesta semana.
A região vive uma guerra entre o Cartel de Sinaloa e o Cartel Jalisco Nova Geração - principal máfia mexicana -, que motivou o fechamento de lojas de lojas e obrigou os habitantes a fazer compras na Guatemala, com maiores custos.
De acordo com Téllez, o destaque militar pretende "fortalecer a governabilidade e a segurança sobre o limite político internacional entre a Guatemala e o México".
“São mais de 2.000 soldados do Exército Guatemalteco que estão mobilizados nessa zona fronteiriça para evitar qualquer intromissão de agentes que possam colocar em risco a segurança dos Guatemaltecos em ambos os departamentos”, insistiu o porta-voz militar.
O oficial afirmou que as operações são realizadas em conjunto com a Polícia Nacional Civil por “instrução do presidente” guatemalteco, Alejandro Giammattei.
Guatemala e México compartilham cerca de milhões de quilômetros de fronteiras, que possuem poucos controles e têm muitas passagens ilegais usadas por narcotraficantes e "coiotes", que levam as pessoas que querem chegar aos Estados Unidos.