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Guatemala

Guatemala revoga licença ambiental de mina canadense

A autorização permitia a mudança da mineração subterrânea para a realização do procedimento a céu aberto

A mina, que ainda não está operando, pertence a companhia canadense Bluestone ResourcesA mina, que ainda não está operando, pertence a companhia canadense Bluestone Resources - Foto: Pexels/Domenico Bertazzo

O Governo da Guatemala revogou, nesta sexta-feira (14), devido a "anomalias", a licença ambiental para operar uma mina a céu aberto de uma empresa canadense, situada perto da fronteira com El Salvador e, que foi criticada por ambientalistas, informaram fontes oficiais.

"O Ministério do Meio Ambiente decidiu que o procedimento para a conceder uma licença ambiental deve ser alterado", disse a ministra Patricia Orantes, na coletiva de imprensa.

A mina, que ainda não está operando, pertence a companhia canadense Bluestone Resources. A empresa pretende extrair mais de 250 milhões de metros cúbicos do solo e subsolo de um assentamento de ouro e prata, no município de Asunción Mita, situado a leste da capital da Guatemala.

A licença para operar a mina foi emitida em 9 de janeiro, cinco dias antes do fim do mandato do presidente direitista Alejandro Giammattei. A autorização permitia a mudança da mineração subterrânea para a realização do procedimento a céu aberto.

A ministra destacou que essa modificação implica em "um projeto inteiramente novo e diferente ao original". Segundo Orantes, também foram encontradas assinaturas falsas na autorização da nova licença e o extravio de mais de 900 folhas do projeto.

A mineração a céu aberto "é altamente impactante em termos potenciais" da contaminação de águas, da "perda de solo fértil, flora e fauna, e alterações geomorfológicas pela extração" de milhões de materiais do solo e subsolo, afirmou a ministra.

Lideranças locais e organizações ambientais denunciaram que a mina irá contaminar o lago Güija, compartilhado por Guatemala e El Salvador, e o rio Lempa, que nasce na Guatemala e é a principal fonte de água da capital salvadorenha.

Em 2022, o governo de Giammattei não reconheceu uma consulta popular dos habitantes de Asunción Mita que criticaram a mina.

Pelas anomalias detectadas "não se pode outorgar a licença para a mineração em céu aberto para essa empresa, terá quer fazer um novo estudo" de impacto ambiental, disse o ministro de Energia e Minas, Víctor Hugo Ventura.

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