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GUERRA

''Guerra está chegando ao fim'': população da Faixa de Gaza reage à morte do líder do Hamas

Exército israelense confirmou que Yahya Sinwar foi morto nesta quarta-feira

Fumaça subindo após um ataque israelense em Khan Yunis, em meio ao conflito em andamento entre Israel e o grupo militante HamasFumaça subindo após um ataque israelense em Khan Yunis, em meio ao conflito em andamento entre Israel e o grupo militante Hamas - Foto: Bashar Taleb / AFP

A população da Faixa de Gaza reagiu aos relatos sobre a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, nesta quarta-feira, com alguns se perguntando se a confirmação do Exército israelense faria algo para acabar com o conflito. Enquanto algumas pessoas disseram que receberam bem a notícia, na esperança de que isso significasse um rápido fim ao conflito, outras não acreditaram nas notícias e esperavam que fossem falsas.

— Eu desejo que ele apodreça no inferno. Ele é responsável por toda essa destruição. Estou realmente aliviada que ele se foi. Isso deve significar que a guerra está chegando ao fim — disse Fadia, uma professora de 42 anos, de Jabaliya.

Seus sentimentos foram compartilhados por Rezeq El-Sabti, um pai de 44 anos que foi deslocado de sua casa e está vivendo com a família em uma tenda, em Nuseirat, no centro de Gaza. Ele disse que a morte de Sinwar permitiria ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarar vitória sobre o Hamas.

— Netanyahu vai dizer ao seu povo que matamos Sinwar, que nos declarou guerra. Isso nos dá esperança de que a guerra vai acabar— afirmou El-Sabti, lembrando, no entanto, que outros líderes do Hamas já foram mortos por Israel, e a guerra não acabou.

El-Sabti afirmou que Sinwar e outros líderes do Hamas erraram ao lançar o ataque contra Israel em 7 de outubro de 2023, já que o grupo não fez nenhuma preparação para proteger os civis de Gaza dos ataques aéreos israelenses, e a crise humanitária resultante do conflito causou escassez de alimentos e falta de atendimento médico.

Desde o início da guerra, muitos moradores de Gaza responsabilizam o Hamas por iniciar o conflito, ao mesmo tempo que continuam culpando Israel pela morte de mais de 40 mil pessoas, segundo autoridades de saúde locais.

Rehab Ibrahim Odeh, de 64 anos, disse que a morte de Sinwar não mudaria a dura realidade em Gaza. Ahmed Masalha, de 45 anos, que foi deslocado de sua casa, por sua vez, disse que Sinwar não era diferente de qualquer outro palestino que morreu.

Já Rayan Raef Hamdan, de 20 anos, de Khan Younis, disse que esperaria até que o Hamas confirmasse a notícia, mas acreditava que ela fosse falsa.

— Esta não é a primeira história israelense sobre a morte de Yahya Sinwar. Desde o início da guerra, ouvimos muitos desses rumores. Esperamos que Deus prolongue sua vida e o salve da morte — disse Hamdan.

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