Guerra na Ucrânia afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, diz chefe da ONU
Segundo Guterres, isso representa "um dos maiores desafios que já foram colocados à ordem internacional"
A guerra da Rússia na Ucrânia, "que viola a Carta das Nações Unidas", afeta 74 países em desenvolvimento e 1,2 bilhão de pessoas - declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a abertura de uma reunião do Conselho de Segurança nesta terça-feira (5).
"Nossa análise indica que 74 países em desenvolvimento, com uma população total de 1,2 bilhão de pessoas, são particularmente vulneráveis ao aumento dos preços de alimentos, energia e fertilizantes", afirmou.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participou desta sessão, logo depois, por meio de uma chamada de vídeo. Segundo a ONU, é a primeira vez que o chefe de um Estado devastado pela guerra se dirige ao Conselho de Segurança dessa maneira.
Leia também
• Putin condena 'pressão' da Europa contra grupo russo Gazprom e ameaça com represálias
• ONU: mundo deve frear emissões de CO2 até 2025 para "futuro viável"
• Novas sanções da UE contra Rússia incluirão petróleo e carvão, diz ministro
"A guerra na Ucrânia deve terminar agora. Precisamos de negociações sérias para a paz, baseadas nos princípios da Carta das Nações Unidas", acrescentou o chefe da ONU.
Segundo Guterres, isso representa "um dos maiores desafios que já foram colocados à ordem internacional e à arquitetura da paz mundial baseada na Carta da ONU. Por sua natureza, sua intensidade e suas consequências".
"Estamos diante de uma invasão total, em várias frentes, de um Estado-membro da ONU, à Ucrânia, por outro, a Federação Russa - membro permanente do Conselho de Segurança -, em violação à Carta da ONU", denunciou mais uma vez.
Moscou tinha "vários objetivos, entre eles o redesenho das fronteiras internacionalmente reconhecidas entre os dois países", insistiu, em um novo ataque virulento contra o Kremlin.
"A ofensiva russa também causou o deslocamento de mais de dez milhões de pessoas em apenas um mês, o movimento populacional forçado mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial", completou Guterres.