Guia supremo Khamenei nega envolvimento do Irã no ataque do Hamas
Irã reafirma apoio à Palestina
O aiatolá Ali Khamenei, guia supremo do Irã, negou nesta terça-feira (10) que seu país estivesse envolvido no ataque maciço lançado no sábado pelo Hamas contra Israel, ao mesmo tempo, em que reafirmou o apoio do Irã "à Palestina".
"Apoiadores do regime sionista (Israel) e algumas pessoas do regime usurpador espalharam rumores nos últimos dois ou três dias, entre eles que o Irã islâmico estava por trás desta ação. São falsos", disse Khamenei em um discurso em uma academia militar.
O guia supremo, autoridade máxima do Irã, considerou que, com o ataque surpresa do Hamas, Israel sofreu "um fracasso irreparável nos âmbitos militar e de Inteligência".
"E insisto no termo 'irreparável'", enfatizou.
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Assim como outras autoridades iranianas na segunda-feira, o aiatolá Khamenei negou hoje as acusações sobre o envolvimento de Teerã na preparação do ataque.
"É claro que defendemos a Palestina e que defendemos as lutas. Beijamos a testa e as mãos dos iniciadores (deste ataque) e dos corajosos jovens palestinos", declarou. "É claro, todo o mundo muçulmano é obrigado a apoiar os palestinos", acrescentou.
O aiatolá Ali Khamenei, que defende regularmente a destruição do Estado de Israel, considerou que "este desastre foi causado pelos próprios sionistas".
"O ato corajoso e desinteressado dos palestinos é uma resposta aos crimes do inimigo usurpador, que duram anos e pioraram nos últimos meses", insistiu Khamenei.
Finalmente, chamou de "erro de cálculo" que Israel "se faça de vítima" após o ataque, como um "pretexto para multiplicar os crimes".
Desde sábado, o Exército israelense bombardeou centenas de alvos na Faixa de Gaza, enclave palestino governado pelo Hamas, em resposta à ofensiva por terra, mar e ar lançada pelo movimento islâmico contra Israel.
Mais de 900 pessoas morreram na guerra do lado israelense, e cerca de 700, do lado palestino, segundo as respectivas autoridades.