MUNDO

Há "boas razões para acreditar" que houve estupros em ataques do Hamas, diz ONU

A representante especial da ONU sobre violência sexual em conflitos, Pramila Patten, encontrou "informação clara e convincente" de que alguns reféns foram violentados

A representante especial da ONU sobre violência sexual em conflitos, Pramila Patten, encontrou "informação clara e convincente" de que alguns reféns foram violentadosA representante especial da ONU sobre violência sexual em conflitos, Pramila Patten, encontrou "informação clara e convincente" de que alguns reféns foram violentados - Foto: Reprodução/Twitter

Há "boas razões para acreditar" que foram cometidos estupros durante os ataques do Hamas em Israel, em 7 de outubro, e que alguns reféns levados para Gaza também foram violentados sexualmente, segundo um relatório da ONU divulgado nesta segunda-feira (4).

A representante especial da ONU sobre violência sexual em conflitos, Pramila Patten, encontrou "informação clara e convincente" de que alguns reféns foram violentados e "para acreditar que este tipo de violência pode continuar acontecendo com quem permanece retido".

A ONU enfrentou críticas por reagir com lentidão às acusações feitas por Israel de que o grupo islamista palestino Hamas cometeu estupros e outros atos de violência sexual durante os ataques.

Acompanhada de especialistas, Patten esteve em Israel e na Cisjordânia por duas semanas e meia, no início de fevereiro.

"No contexto do ataque coordenado do Hamas e outros grupos armados contra alvos civis e militares na periferia de Gaza, a equipe da missão descobriu que há boas razões para acreditar que foram cometidos atos de violência sexual relacionados ao conflito em vários locais durante os ataques de 7 de outubro, incluindo estupros e estupros coletivos", aponta o relatório.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A post shared by Folha de Pernambuco (@folhape)

 

Esses atos ocorreram em ao menos três lugares: onde era realizado o festival musical Nova e seus arredores, na rodovia 232 e no kibutz de Reim.

"Na maioria desses incidentes, as vítimas foram estupradas primeiro e depois assassinadas, e ao menos dois incidentes tem a ver com o estupro de cadáveres femininos", indica.

Nenhuma das vítimas de violência sexual aceitou prestar depoimento. No entanto, os membros da missão conseguiram entrevistar sobreviventes e testemunhas dos eventos de 7 de outubro, além de membros dos serviços de saúde.

Tiveram acesso a 5.000 fotografias e 50 horas de vídeos dos ataques e também falaram com alguns dos reféns que foram libertados.

O chefe da ONU, António Guterres, negou nesta segunda-feira ter tentado silenciar o relatório sobre agressões sexuais atribuídas ao Hamas, como denunciou o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz.

"O trabalho foi feito de forma exaustiva e diligente. De forma alguma, o secretário-geral fez algo para manter o relatório 'em silêncio'", afirmou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.

Cerca de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza no dia do ataque a Israel, que desencadeou o conflito e deixou 1.160 mortos, a maioria civis, segundo contagem da AFP com base em dados israelenses.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, em quase cinco meses de guerra, foram mortas 30.534 pessoas nesse território palestino governado pelo Hamas, a maioria também civis.

Veja também

Premiê do Líbano pede ação da ONU contra 'guerra tecnológica' de Israel
ORIENTE MÉDIO

Premiê do Líbano pede ação da ONU contra 'guerra tecnológica' de Israel

Exército israelense anuncia que bombardeou sete alvos do Hezbollah no sul do Líbano
ORIENTE MÉDIO

Exército israelense anuncia que bombardeou sete alvos do Hezbollah no sul do Líbano

Newsletter