Hábitos alimentares inflamatórios são associados a um risco 84% maior de demência
Estudos anteriores levantaram a hipótese de que a inflamação crônica pode exacerbar a inflamação cerebral e promover a formação de placas beta-amiloides
O ditado "nós somos o que comemos" indica a importância da alimentação como um pilar da saúde humana. Recentemente, pesquisadores encontraram evidências de que hábitos alimentares que causam inflamação no corpo estão associados a um risco 84% maior de demência.7
A pesquisa, publicada na revista científica Alzheimer's & Dementia, acompanhou 1.487 participantes com 60 anos ou mais (livres de demência) por cerca de 13 anos. Ao analisá-los, a equipe de cientistas conseguiu observar a influência da alimentação com tendência inflamatória na maneira como sua saúde se desenvolveu ao longo dos anos.
Estudos anteriores levantaram a hipótese de que a inflamação crônica, impulsionada por dietas ricas em gorduras saturadas e carboidratos processados, conhecidos por serem inflamatórios, pode exacerbar a inflamação cerebral e promover a formação de placas beta-amiloides, uma característica do Alzheimer.
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Dessa forma, para o estudo, a equipe calculou pontuações para 36 componentes dietéticos, que foram categorizados como anti-inflamatórios (por exemplo, fibras, vitaminas A, C, D, E, gorduras ômega-3) ou pró-inflamatórios (por exemplo, gorduras saturadas, ingestão total de energia e carboidratos). Na análise, uma pontuação mais alta indicava uma dieta pró-inflamatória.
Assim, ao fim do acompanhamento da pesquisa, 246 participantes desenvolveram demência por todas as causas, incluindo 187 casos de doença de Alzheimer. Os participantes com pontuações DII mais altas (o que indica uma alimentação mais inflamatória) tiveram riscos significativamente maiores de demência por todas as causas e Alzheimer.
Foi observado que para cada aumento de unidade na pontuação, o risco de demência por todas as causas aumentou em 21%. Um aumento semelhante nas pontuações DII foi associado a um risco 20% maior de Alzheimer.
Ao ajustarem fatores demográficos, de estilo de vida e clínicos, incluindo idade, sexo, educação, índice de massa corporal, atividade física, tabagismo e ingestão total de energia, a associação entre hábitos alimentares e o risco aumentado para demência continuou.
Por outro lado, foi observado por estudos anteriores que nutrientes anti-inflamatórios, como ácidos graxos ômega-3 e flavonoides, podem neutralizar esses efeitos reduzindo a produção de citocinas e apoiando a saúde do cérebro.