COTIDIANO

Hackathon Recife: evento debate macrodrenagem da bacia do rio Tejipió

Encontro reúne especialistas holandeses e brasileiro para discutirem assunto

Ponte Motocolombó está sobre o rio TejipióPonte Motocolombó está sobre o rio Tejipió - Foto: Reprodução/Google Street View

Para buscar soluções mais eficazes para o Recife, através de técnicas especializadas e ferramentas de ponta, a Prefeitura da cidade vai reunir especialistas holandeses e brasileiros para colocar em cheque a questão da macrodrenagem do rio Tejipió. É o Hackathon Recife – Modelando uma cidade resiliente, que acontece a partir desta terça-feira (14) e vai até a sexta-feira (17), na Casa Zero, a partir das 9h. Quem deve marcar presença no encontro é a embaixadora adjunta dos Países Baixos no Brasil, Afke Mulder.

Nesta quarta-feira, acontece, primeiro, a apresentação da bacia do rio Tejipió, as áreas vulneráveis, inundação e impactos das mudanças climáticas. Já no segundo dia será realizada uma visita de campo à bacia do rio, entre eles o trecho que compreende as avenidas Recife e Dom Helder Câmara, um ponto crítico de alagamento da cidade. Também estão no roteiro da visita de campo Sapo Nú, Ponte da Ananias Caetano, Jardim Uchoa, Vila Aliança, Dancing Days e Ponte Motocolombó. Nos dois últimos dias, o foco será na discussão das soluções planejadas e modelos que podem apoiar os futuros projetos.

O objetivo do Hackathon é debater num coletivo de especialistas em recursos hídricos, mudanças climáticas, drenagem e planejamento urbano os estudos realizados até o momento para a bacia do rio e a viabilidade técnica de algumas soluções e medidas de adaptação. O tema se tornou ainda mais urgente a partir das chuvas de maio do ano passado, que atingiu diversas áreas da Região Metropolitana do Recife.

Os especialistas vão apontar soluções no estudo, que, futuramente, deverão ser garantidas pelo ProMorar Recife. O programa municipal está em andamento na cidade com obras de encostas e de urbanização integrada em comunidades de interesse social. A macrodrenagem é um dos componentes do programa. O ProMorar tem o aporte financeiro total de R$ 2 bilhões, através do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Para o Hackathon foram convidados cinco especialistas holandeses e 12 especialistas brasileiros. Entre eles, nomes como Carlos Tucci (UFRS), Jaime Cabral (UFPE), Susana Montenegro (APAC), Simone Rosa da Silva (UPE) e João Marcelo (BID) vão estar presentes no evento.

Entre os holandeses com presença confirmada, dois já estiveram no Recife no início do ano e conheceram de perto a bacia do Rio Tejipió, durante a visita da comitiva do Dutch Risk Reduction Team (DRR Team), ligado ao governo holandês. O professor Carlos Tucci, que já analisou o plano diretor de drenagem urbana da cidade, também se somará no aprofundamento dos estudos que irão embasar o projeto.

“Estamos ampliando as discussões para implantar as melhores soluções de adaptação aos eventos climáticos que podem acometer nossa cidade. A Prefeitura vem se preparando em diversas frentes, com investimentos em obras de encostas nos morros e vai promover urbanização integrada em comunidades de interesse social. A parte da macrodrenagem do Tejipió é crucial para reduzir os riscos de alagamentos”, afirma João Charamba, chefe de gabinete do ProMorar.

Bacia do Tejipió
De acordo com os estudos de drenagem urbana no Recife feitos para o ProMorar, o Rio Tejipió está como uma das principais bacias da cidade e a mais crítica em termos de vulnerabilidade aos eventos climáticos, em comparação ao Capibaribe e Beberibe. Anualmente, o rio transborda da sua calha, inundando áreas mais baixas da bacia, como avenidas importantes (Recife, Mascarenhas de Morais e José Rufino) e diversos bairros (IPSEP, Imbiribeira, Coqueiral, Jardim São Paulo e Tejipió).  São vários os pontos críticos de inundação e alagamento por influência do rio e também das marés sobre da rede de drenagem.

A bacia do Tejipió tem suas nascentes no município de São Lourenço da Mata. A área total da bacia possui 93,2 km², com 67,79 km² no Recife, percorrendo aproximadamente 20 km de extensão. O processo de ocupação e as cotas baixas das margens dos cursos d´água são apontadas dentre as causas dos transbordamentos que acontecem anualmente no Recife.

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