Hadi Matar é declarado culpado de tentativa de assassinato contra Salman Rushdie
Matar enfrenta uma pena de até 25 anos de prisão pelos crimes de tentativa de assassinato e agressão
Heidi Matar, um libanês-americano de 23 anos que esfaqueou o escritor Salman Rushdie em 2022, foi declarado culpado de tentativa de assassinato por um tribunal do júri nesta sexta-feira (21), informou a Justiça estadual de Nova York.
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Matar enfrenta uma pena de até 25 anos de prisão pelos crimes de tentativa de assassinato e agressão, e será sentenciado em 23 de abril, disse um funcionário do tribunal.
A equipe jurídica de Matar havia tentado impedir que as testemunhas apresentassem Rushdie como vítima de uma perseguição pela "fatwa" iraniana de 1989, que pedia o seu assassinato por blasfemar em sua obra "Os Versos Satânicos".
Matar apunhalou Rushdie durante um evento realizado em agosto de 2022 em um centro cultural da zona rural de Nova York.
"Foi uma facada no olho, intensamente dolorosa, depois gritei de dor", disse Rushdie ao júri. "Pensei que estava morrendo", acrescentou. Após o ataque, o escritor britânico-americano foi levado para o hospital em helicóptero.
Os membros do júri ouviram as alegações finais dos advogados da acusação e da defesa antes de se retirarem para considerar seu veredicto nesta sexta-feira.
Matar foi rapidamente declarado culpado de esfaquear Rushdie umas 10 vezes com uma faca de 15 centímetros que foi mostrada às testemunhas e aos jurados.
O jovem gritou palavras de ordem pró-palestinos durante a audiência.
Antes do julgamento, Matar declarou que só havia lido duas páginas de "Os Versos Satânicos", o suficiente para considerar que o autor havia "atacado o Islã".
Rushdie viveu recluso em Londres durante uma década após a fatwa de 1989. Nos últimos 20 anos, residiu com certa normalidade em Nova York.