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Haiti pede 'formalmente' ajuda internacional para enfrentar crise de segurança

País sofre com grave crise de segurança gerada por organizações criminosas

Violência entre gangues no HaitiViolência entre gangues no Haiti - Foto: Richard Pierrin / AFP

O Haiti solicitou "formalmente" assistência internacional para enfrentar a grave crise de segurança gerada por organizações criminosas, disse nesta sexta-feira (7) à AFP um diplomata haitiano, à margem da assembleia anual da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Lima.

A situação política e de segurança no Haiti, agravada após o assassinato do presidente Jovenel Moise em julho de 2021, é parte dos debates da 52ª Assembleia Geral da OEA que termina hoje na capital peruana.

"Posso confirmar que solicitamos assistência a nossos parceiros internacionais", disse o embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Bocchit Edmond, em um aparte da sessão plenária desta manhã.

"Qualquer membro da comunidade internacional pode se encontrar em uma situação muito difícil. Particularmente neste caso, para o Haiti, este é um assunto de segurança que nossa polícia nacional não pode dar conta sozinha", acrescentou.

Contudo, esclareceu: "Não devemos apresentar essa ajuda como uma força estrangeira para a ocupação do território haitiano", mas como "um apelo à solidariedade", porque "enfrentamos um momento difícil".

Desde que o Haiti anunciou um aumento no preço da gasolina, em 11 de setembro, o país vivencia distúrbios, saques e manifestações. O maior terminal de importação de combustível do país, em Varreux, está controlado por poderosas gangues armadas.

O Haiti solicitou formalmente a ajuda na quinta-feira e acredita que ela possa ser concretizada em breve. "Não podemos esperar mais", ressaltou Edmund.

O Canadá foi o anfitrião de uma reunião em Lima, realizada na quinta-feira em paralelo à assembleia geral, para discutir como a comunidade internacional pode ajudar o país caribenho a responder à crise, da qual participaram o próprio Haiti, os Estados Unidos, e o secretário-geral da OEA, Luis Almagro.

“Trabalharemos juntos para ajudar a restaurar a paz e a estabilidade no Haiti", escreveu a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, nesta sexta-feira no Twitter.

Almagro, por sua vez, escreveu no Twitter que pediu ao Haiti "que solicitasse apoio urgente da comunidade internacional para ajudar a resolver a crise" e "determinar as características da força de segurança internacional".

"Podemos ajudar as democracias irmãs que lutam para satisfazer as necessidades básicas de seus cidadãos. É por isso que copatrocinamos a resolução diante desta Assembleia Geral sobre o Haiti", anunciou hoje o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Um esboço da resolução solicita aos Estados-membros que ofereçam "urgentemente um apoio direto" ao governo haitiano para reforçar a formação de agentes de segurança para lutar contra o tráfico de drogas e "deter a expansão dos grupos armados que aterrorizam a população".

Também pede aos países que cooperem com o governo do Haiti na prevenção do tráfico ilícito de armas e no fortalecimento do sistema judicial para combater a corrupção e a impunidade e esclarecer vários crimes, entre eles o assassinato de Moise.

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