diplomacia

Haiti pede "reflexão" à ONU para criar missão de manutenção da paz

Na quarta-feira, os Estados Unidos anunciaram uma nova ajuda de 160 milhões de dólares ao Haiti

Presidente do Conselho Presidencial de Transição da República do Haiti, Edgard Leblanc FilsPresidente do Conselho Presidencial de Transição da República do Haiti, Edgard Leblanc Fils - Foto: Leonardo Munoz / AFP

O presidente do conselho de transição do Haiti, Edgard Leblanc Fils, pediu nesta quinta-feira (26) à comunidade internacional que "reflita" para transformar a força multinacional que apoia a polícia haitiana em uma missão de manutenção da paz da ONU.

"Queremos que comece uma reflexão sobre a transformação da missão de apoio à segurança (liderada pelo Quênia, ndr), em uma missão de manutenção da paz sob o mandato das Nações Unidas", declarou Leblanc em Nova York perante a Assembleia Geral da ONU.

A ideia foi recentemente esboçada pelos Estados Unidos.

Em outubro de 2023, o Conselho de Segurança da ONU autorizou o envio da missão multinacional de apoio ao Haiti, liderada pelo Quênia, para ajudar a polícia do país a enfrentar as gangues, que o dominaram.

A missão no Haiti conta até agora com cerca de 400 soldados quenianos, aos quais se juntam outros 20 agentes da Jamaica e de Belize.

O Quênia planeja concluir o envio das suas tropas para o Haiti até janeiro, disse nesta quinta-feira o presidente queniano, William Ruto, na ONU.

Seu país "mobilizará os contingentes que faltam para chegar a 2.500 agentes policiais em janeiro do próximo ano", disse Ruto.

"O Quênia, assim como outros países do Caribe e da África, está pronto para a mobilização, mas enfrentamos dificuldades devido à falta de equipamento, logística e fundos", disse Ruto ao apelar à Assembleia Geral para que "todos os Estados-membros demonstrem a sua solidariedade com o povo haitiano, fornecendo o apoio necessário".

Na quarta-feira, os Estados Unidos anunciaram uma nova ajuda de 160 milhões de dólares (870,4 milhões de reais) ao Haiti.

O Haiti enfrenta uma crise humanitária complexa, que se agravou em fevereiro, quando várias gangues uniram forças para derrubar o governo do impopular primeiro-ministro, Ariel Henry.

A presença da missão multinacional permitiu alguns progressos, como a reabertura do aeroporto, mas as condições de segurança continuam críticas.

Nos últimos 12 meses até o início de setembro, a violência de gangues, responsáveis por assassinatos, saques, estupros e sequestros, provocou mais de 578 mil deslocados no Haiti, segundo a ONU.

O dirigente também se referiu à campanha eleitoral no país anfitrião da Assembleia Geral.

As "paixões" que animam a campanha eleitoral dos EUA não devem "servir de pretexto para a xenofobia ou o racismo", lançou em referência às falsas acusações do ex-presidente americano Donald Trump contra os migrantes haitianos nos Estados Unidos.

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