Hamas adverte que via das negociações "não estará aberta indefinidamente"
Um cessar-fogo permitiria, sobretudo, que reféns israelenses retidos na Faixa de Gaza fossem libertados em troca de palestinos presos
Um alto dirigente do Hamas afirmou, nesta terça-feira (5), que o processo de negociações com Israel para alcançar o acordo de uma trégua em Gaza não estará aberto "indefinidamente", ao mesmo tempo em que os mediadores tentam obter um cessar-fogo antes do ramadã.
"Não permitiremos que a via das negociações esteja aberta indefinidamente enquanto continuar a agressão e a fome organizada contra nosso povo", disse Osama Hamdan durante coletiva de imprensa em Beirute.
Egito, Catar e Estados Unidos, que atuam como mediadores, levam semanas tentando obter uma trégua para a guerra, desencadeada por um ataque de milicianos do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro.
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Um cessar-fogo permitiria, sobretudo, que reféns israelenses retidos na Faixa de Gaza fossem libertados em troca de palestinos presos em Israel.
"O inimigo não conseguirá através da mesa de negociações o que não conseguiu obter no campo de batalha", acrescentou Hamdan.
"A segurança do nosso povo só poderá ser garantida com um cessar-fogo permanente, o fim da agressão e uma retirada de cada centímetro quadrado da Faixa de Gaza", reforçou. "Nenhum processo de troca de reféns pode ocorrer antes" disso, insistiu.
Os Estados Unidos instaram o Hamas a aceitar um "cessar-fogo imediato" com Israel nesta terça-feira, no terceiro dia de negociações no Cairo para obter uma trégua.
"Está nas mãos do Hamas", disse, nesta terça-feira, o presidente americano, Joe Biden.
No âmbito das negociações, o Hamas exige que as tropas israelenses se retirem da Faixa de Gaza, que seus habitantes deslocados possam voltar ao norte do território e que mais ajuda humanitária chegue à população, sob risco da fome, segundo uma fonte próxima ao movimento islamista palestino.