Hamas e dois grupos palestinos consideram trégua em Gaza "mais perto do que nunca"
Um dirigente do Hamas declarou neste sábado à AFP que as conversas registraram "avanços significativos e importantes"
O Hamas e outros dois movimentos armados palestinos afirmaram neste sábado (21) que um acordo de cessar-fogo em Gaza está "mais perto do que nunca", desde que Israel não apresente novas condições.
"A possibilidade de alcançar um acordo (de cessar-fogo e de troca de reféns por presos palestinos) está mais perto do que nunca, se o inimigo parar de impor novas condições", afirmaram o Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), em um comunicado conjunto divulgado após uma reunião no Cairo.
Um ciclo de conversações indiretas entre Israel e o Hamas em Doha, com a mediação do Catar, Egito e Estados Unidos, reacendeu esta semana as esperanças de um acordo.
Leia também
• EUA: Musk espalha desinformação sobre projeto de lei de gastos
• Catar reabre sua embaixada em Damasco
• Ataque reivindicado pelos talibãs mata 16 soldados no Paquistão
Um dirigente do Hamas declarou neste sábado à AFP que as conversas registraram "avanços significativos e importantes" nos últimos dias.
"Um acordo foi alcançado sobre a maioria dos pontos relacionados com o cessar-fogo e a troca de prisioneiros", afirmou o dirigente, que pediu para permanecer sob anonimato, por não estar autorizado a falar sobre o tema.
"Os problemas não resolvidos persistem, mas isso não deve prejudicar o processo. O acordo deve ser concluído antes do final do ano, desde que não seja prejudicado" por novas condições do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acrescentou.
O Catar atua como mediador ao lado dos Estados Unidos e do Egito no conflito entre Israel e o Hamas, com o objetivo de obter um cessar-fogo e uma troca de reféns sequestrados pelo Hamas por prisioneiros palestinos.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque de milicianos do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, quando os combatentes sequestraram 251 pessoas, 96 das quais permanecem em Gaza. Deste grupo, 34 estariam mortas, segundo o exército israelense.
No ataque, os combatentes islamistas mataram 1.208 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses que incluem as mortes de alguns reféns sequestrados pelo Hamas.
A ofensiva de represália israelense matou pelo menos 45.227 pessoas em Gaza, segundo os dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.