Cúpula Ásia-Pacífico

Harris e Xi se reúnem durante a cúpula da APEC, novo estímulo ao diálogo China-EUA

O encontro entre ambos teve como um de seus comprometimentos reduzir as tensões entre as duas superpotências

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris (L), se reúne com o primeiro-ministro da Tailândia, Prayut Chan-o-cha, na sede do governo em Bangkok, em 19 de novembro de 2022, após a Cúpula da APECA vice-presidente dos EUA, Kamala Harris (L), se reúne com o primeiro-ministro da Tailândia, Prayut Chan-o-cha, na sede do governo em Bangkok, em 19 de novembro de 2022, após a Cúpula da APEC - Foto: Haiyun Jiang / POOL / AFP

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e o presidente da China, Xi Jinping, se reuniram neste sábado (19) para dar prosseguimento às conversações entre as potências rivais, agora em tom conciliador desde o encontro entre o líder chinês e seu colega americano Joe Biden.

Harris e Xi tiveram um breve encontro durante a reunião de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em Bangcoc, onde a Rússia, outra nação rival de Washington, parecia isolada na ausência de uma personalidade forte para defender a invasão da Ucrânia, que "a maioria" dos membros do grupo condenou em um comunicado conjunto.

O primeiro encontro entre ambos seguiu a dinâmica iniciada por Biden e Xi, que se comprometeram a reduzir as tensões entre as duas superpotências na segunda-feira passada, em uma reunião de três horas em Bali, à margem da cúpula do G20, grupo integrado pelas grandes economias do planeta.

Harris reforçou a mensagem de Biden de que "devemos manter as linhas de comunicação abertas para administrar de maneira responsável a concorrência entre os países", afirmou uma fonte da Casa Branca que pediu anonimato.

Xi Jinping espera que as duas maiores economias do mundo "reduzam os mal-entendidos e os erros de julgamento" para promover "o retorno de relações saudáveis e estáveis", segundo as declarações divulgadas pela imprensa estatal.

Em Bali e depois em Bangcoc, Xi, no auge do poder depois que obteve um terceiro mandato histórico, se reuniu com vários líderes estrangeiros, um sinal percebido como uma disposição de apresentar-se como uma autoridade responsável, alguém preparado para enfrentar os desafios mundiais.

Sua reunião com Biden, a primeira presencial desde a chegada ao poder do presidente democrata, foi estratégica e construtiva e teve um significado importante para orientar as relações entre Pequim e Washington que, de Taiwan à guerra na Ucrânia, avançam em terreno escorregadio.

- Dissuadir a Coreia do Norte -
Com sinal da distensão, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajará à China no início de 2023, no que seria a primeira visita de um alto funcionário da diplomacia americana ao país desde 2018.

Blinken declarou à imprensa em Bangcoc que os contatos com Pequim pretendem garantir que a concorrência entre os países "não vire um conflito", e encontrar áreas de cooperação em questões globais, como a mudança climática.

Xi Jinping, que não visita os Estados Unidos desde 2017, pode viajar ao país em 2023 para a próxima reunião de cúpula da APEC, que acontecerá em San Francisco.

Na ilha indonésia de Bali, Biden se reuniu com Xi durante três horas e pediu ajuda para conter a Coreia do Norte, país que gera receio nos Estados Unidos e na Coreia do Sul após a recente série sem precedentes de lançamentos de mísseis balísticos.

A China deve utilizar sua influência sobre o regime de Kim Jong Un, do qual é a principal aliada diplomática e econômica, para incentivar a Coreia do Norte "a não seguir na direção da provocação, que desestabiliza a região e o mundo", afirmou na sexta-feira (18) uma fonte do governo americano.

Harris teve uma reunião de emergência na véspera com os governantes do Japão, Coreia do Sul, Austrália, Canadá e Nova Zelândia sobre o lançamento dos mísseis norte-coreanos.

A guerra na Ucrânia
A guerra na Ucrânia é outro ponto de divergência entre Washington e Pequim, que adota uma postura neutra a respeito da invasão russa, apesar dos apelos para que condene publicamente as ações de Moscou.

O comunicado final da APEC recordou a divergência.

"A maioria dos membros condenou a guerra na Ucrânia e enfatizou que causa imenso sofrimento humano e exacerba as fragilidades existentes na economia global", afirma a nota.

Depois da Tailândia, Harris é aguardada na terça-feira na província filipina de Palawan, perto da fronteira com o Mar da China Meridional, que tem grande parte reivindicado por Pequim. Ela será a principal autoridade do governo americano a visitar a localidade.

A reunião de cúpula da APEC encerrou uma intensa sequência diplomática na região, após o encontro da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Phnom Penh e a cúpula do G20 em Bali.

Veja também

Aparelho que faz eletrocardiograma doméstico chega às farmácias do País
Saúde

Aparelho que faz eletrocardiograma doméstico chega às farmácias do País

Distrito Federal registra chuvas isoladas após 157 dias de seca
clima

Distrito Federal registra chuvas isoladas após 157 dias de seca

Newsletter