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SAÚDE

Helicóptero desaparecido: é possível sobreviver após 10 dias perdido na Mata Atlântica?

Manter a hidratação é mais importante do que a alimentação, uma vez que a desidratação pode ser muito mais perigosa

Helicóptero H-60 Black Hawk é uma das aeronaves utilizadas nas buscas Helicóptero H-60 Black Hawk é uma das aeronaves utilizadas nas buscas  - Foto: Agência Força Aérea/Sgt Batista

As buscas pelo helicóptero que desapareceu em São Paulo, na véspera do ano novo, na Serra do Mar, entram no 10º dia. Apesar do tempo transcorrido desde o desaparecimento do helicóptero, a PM não descarta que os passageiros e pilotos estejam vivos.

Se eles sobreviveram à possível queda do helicóptero, sobreviver na mata não é impossível. Basta lembrar do caso das crianças colombianas que sobreviveram 40 dias na floresta amazônica após a queda do avião em que viajavam.

O helicóptero desapareceu em uma região de Mata Atlântica, de mata fechada e nativa, com algumas características semelhantes à da floresta amazônica. As copas das árvores podem chegar a 60 m de altura, segundo informações do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF). Esta cobertura forma uma região de sombra que cria o microclima típico da mata, sempre úmido e sombreado.

O clima na região de Serra do Mar, onde o helicóptero desapareceu, é caracterizado por altas temperaturas - a médica nessa época do ano fica acima de 22C - e muita umidade. A Mata Atlântica é cheia de cursos de água e cachoeira, além de ser uma região de chuva.

Essa característica é positiva, pois indica que conseguir água não seria uma tarefa tão difícil para as pessoas perdidas na mata e manter a hidratação é mais importante do que a alimentação. Enquanto o ser humano pode sobreviver mais de 30 dias sem alimento, sem água, ele sobrevive em torno de 3 a 5 dias.
 

— Cerca de 60% do corpo humano é composto por água. A água é fundamental para o funcionamento das células e para o metabolismo. A desidratação ocorre quando perdemos mais líquido do que ingerimos. A perda de líquido ocorre principalmente pela urina, pelo suor e pelas lágrimas — explicou a cardiologista e intensivista Stephanie Rizk, do InCor do Hospital das Clínicas da USP, em entrevista ao Globo sobre os nigerianos que viveram 13 dias no leme de um navio.

Embora a hidratação seja primordial, a alimentação também é importante. Mas dado a biodiversidade da fauna e da flora da Mata Atlântica, conseguir alimento é possível. A região possui frutas, insetos e muitos animais.

De acordo com o IBF, aproximadamente 1.600.000 espécies de animais vivem na Mata Atlântica, incluindo insetos. Entre mamíferos, aves, répteis e anfíbios são 1361 espécies, da quais 567 são endêmicas.

Por outro lado, essa abundância de animais também representa um risco. Algumas espécies que vivem na região são o Mico-Leão-Dourado, onça-pintada, bicho-preguiça e capivara. Há ainda outras espécies de macacos, jaguatiricas, cachorros-do-mato e cobras.

Por isso, também é importante construir um abrigo ou encontrar um lugar para se abrigar durante a noite e também para se proteger da chuva, de insetos e de possíveis predadores.

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