'Hoje isso vai acabar, mas a minha luta continua', diz Miguel Motta no 2º dia de julgamento
Motta afirmou que como cidadão espera uma pena máxima para o réu
No último dia de julgamento de João Victor Ribeiro, motorista responsável pela colisão que matou três pessoas e deixou dois feridos, em 2017, no bairro da Tamarineira, no Recife, o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, um dos sobreviventes do acidente, afirmou que como cidadão espera uma pena máxima para o réu.
"Hoje isso aqui vai acabar, mas a minha luta continua. Hoje todo mundo está aqui para compor a etapa dessa história tão feia, tão degradante para a sociedade", diz Motta. A respeito do segundo e último dia de julgamento, o advogado sobrevivente da tragédia diz que acredita que o dia será marcado por um debate técnico.
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"Hoje vai ter muito debate jurídico. Acredito que pouco será falado sobre os fatos, certamente será um dia de tese, de valoração e dosimetria da pena, um dia técnico", afirma Motta.
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Questionado pela imprensa, Motta afirmou ainda que espera a condenação máxima para João Victor Ribeiro. "Eu espero, como cidadão, pena máxima. Mas como advogado sei que será ponderado algumas considerações de penalidade, algumas coisas desse tipo, que a gente vai ter que seguir o que determina a lei e a jurisprudência", detalha.
"Isso é uma causa minha, não sou advogado, juiz, nem sou parte que faz a assistência à acusação. Mas eu preciso acreditar e mostrar que vale a pena brigar pelos nossos ideais. A sociedade merece essa resposta. A gente precisa torcer sim que seja a pena máxima dentro da legalidade", conclui Motta.
Relembre o caso
Em 2017, o carro de João Victor, que seguia pela rua Cônego Barata em direção à Padre Roma, estava a 108 km/h, enquanto o veículo das vítimas, que atravessava o cruzamento vindo da avenida Rosa e Silva, estava a 30 km/h.
A colisão provocada por João Victor, que estava alcoolizado, matou três pessoas. Dentro do carro, havia Miguel Motta, que estava acompanhado da filha Marcela Guimarães, na época com 5 anos, que também sobreviveu.
A colisão matou Maria Emília Guimarães, de 39 anos, esposa de Miguel, além do filho mais novo, Miguel Neto, de 3 anos, e da babá Roseane Maria de Brito Souza, de 23 anos, que estava grávida.