Holanda realiza conferência para regulamentar IA no exército
O objetivo é discutir tal qual foi feito com armas químicas e nucleares
A primeira conferência internacional sobre o uso de Inteligência Artificial (IA) no campo militar, como já acontece na Ucrânia, começou nesta quarta-feira (15), na Holanda, para regulamentar o poder "destrutivo" de drones e robôs.
O objetivo da conferência é dar um primeiro passo para a regulamentação de seu uso no exército, à semelhança dos acordos internacionais sobre armas químicas e nucleares. Ministros e diplomatas de alto nível participam desta cúpula, denominada REAIM (a IA no setor militar), juntamente com empresas e especialistas.
"A IA muda a nossa forma de viver, de trabalhar e está claramente mudando o exército", disse o ministro das Relações Exteriores holandês, Wopke Hoekstra, na abertura da conferência, que reúne cerca de cinquenta países em Haia, incluindo Estados Unidos e China.
A Rússia não foi convidada devido à invasão da Ucrânia.
"Imagine um míssil atingindo um prédio residencial. Em uma fração de segundo, a IA pode detectar seu impacto e indicar onde os sobreviventes podem estar", disse Hoekstra.
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"Ainda mais impressionante, a IA pode interceptar o míssil e também tem o potencial de destruí-lo em segundos. Isso é preocupante", acrescentou.
Militarmente, a Inteligência Artificial já é usada para reconhecimento, vigilância e análise de situações. No futuro, poderá escolher alvos de forma autônoma, com enxames de drones e uso em sistemas de comando e controle nuclear.
"Infelizmente, na Ucrânia já estamos testemunhando a influência de novas tecnologias, em particular drones e ataques cibernéticos", enfatizou Hoekstra.
A China é convidada para a conferência como um ator importante no setor de tecnologia e Inteligência Artificial, de acordo com autoridades holandesas.