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China

Home office à moda chinesa: com lockdown, profissionais passam a dormir no escritório

Empresas oferecem colchões infláveis, macarrão instantâneo e kits de emergência a funcionários em Xangai e Shenzhen

A China enfrenta novos confinamentos para combater o pior surto de Covid-19 desde o começo da pandemiaA China enfrenta novos confinamentos para combater o pior surto de Covid-19 desde o começo da pandemia - Foto: Dale De La Rey / AFP

Os principais centros financeiros da China enfrentam a pior onda de Covid-19 desde o início da pandemia, e, diante  dest cenário, muitos profissionais do mercado financeiro optaram por dormir no trabalho em Xangai e Shenzhen.

É o home office ao estilo chinês. Em vez de transformar a casa em escritório, os chineses fizeram do trabalho seu local de moradia.

Em algumas empresas, os chefes passaram a oferecer colchões infláveis, marcarrão instantâneo e kits de emergência para suas equipes, que se revezam no escritório.

O maior surto de Covid-19 no país o auge da pandemia coincidiu com um período de forte volatilidade nos mercados financeiros locais.

Em Xangai, que se tornou um epicentro de contágio do coronavírus, os empregadores deixam tudo pronto para caso sejam surpreendidos com medidas repentinas de lockdown, que poderiam deixar seus funcionários presos em casa por dias ou até semanas.

Na AXA SPDB Investment Managers, por exemplo, a equipe recebeu colchões infláveis e macarrão instantâneo.

"Estamos na linha de frente dos investimentos e precisamos de comunicação pessoal mais rápida e eficaz", disse Alex Wang, que trabalha em uma gestora de fundos.

Há duas semanas, ele e mais de uma dezena de colegas estão dormindo em esquema de revezamento no escritório em Xangai, com o consentimento da direção.

As autoridades municipais pediram que profissionais do setor financeiro e dos centros empresariais trabalhem de casa. A cidade decretou confinamentos em complexos residenciais e de escritórios, além de testes em massa para enfrentar o pior surto de Covid no país desde a chegada da pandemia em 2020.

Quase 400 casos foram relatados nos últimos dois dias no distrito de Pudong, que é endereço da bolsa de valores e de diversos bancos nacionais e internacionais. Na China inteira, foram relatados quase 4.600 casos na segunda-feira (21), sendo um quinto em Xangai.

Algumas empresas estão permitindo que os trabalhadores compareçam ao escritório se apresentarem resultado negativo em testes de Covid-19 realizados nas últimas 48 horas.

Para outras companhias, isso é impossível porque seus prédios foram fechados por período indeterminado. Foi o que aconteceu na semana passada na Shangai Tower, onde ficam as operações do JPMorgan Chase e da Fitch Ratings.

"Com todos juntos no escritório, podemos focar mais do que nunca, especialmente em um momento de queda do mercado", disse Wang, que pediu que a reportagem não identificasse seu empregador por causa da estratégia adotada pelo governo contra o corovírus.

A semana passada foi uma das mais voláteis em décadas no mercado acionário da China, com quedas recordes revertidas logo em seguida, depois que Pequim anunciou promessas abrangentes para estabilizar as ações.

Em apenas dois pregões, as Bolsas de Hong Kong e da China continental tiveram US$ 1,3 trilhão em ganhos somados. Ainda assim, os dois mercados ainda acumulam perdas acentuadas em 2022.

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