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Homem autista se torna o professor negro mais jovem da Universidade de Cambridge

Jason Arday foi diagnosticado com um atraso no desenvolvimento global quando criança e foi alfabetizado aos 18 anos

Jason Arday assume o posto de professor de sociologia da educação na instituição no dia 6 de março Jason Arday assume o posto de professor de sociologia da educação na instituição no dia 6 de março  - Foto: University of Cambridge Faculty/ SWNS

Diagnosticado com autismo aos 11 anos, o britânico Jason Arday não sabia ler ou escrever até os 18 e está prestes a se tornar o professor negro mais jovem na história da Universidade de Cambridge.

Ele assume o posto de professor de sociologia da educação na instituição no próximo dia 6 de março. Arday, de 37 anos, será um dos apenas cinco professores negros de Cambridge e 155 educadores universitários negros atuantes no Reino Unido, de um total de 23 mil.

Após ser alfabetizado, Arday tornou-se professor de educação física. O trabalho o permitiu aprimorar o olhar para as desigualdades sistêmicas que as crianças podem enfrentar na educação.

O britânico percebeu querer continuar estudando e, aos 27 anos, escreveu na parede do seu quarto na casa dos pais: "Um dia, trabalharei em Oxford ou Cambridge".

Arday alega ter sido “violentamente rejeitado” quando começou a escrever artigos acadêmicos. No entanto, isso não o intimidou e serviu de motivação para seguir trabalhando por uma democratização verdadeira do ensino superior. Mas não faltaram dificuldades no percurso, a maior delas foi a falta de orientação sobre como criar o seu próprio caminho.

A virada de chave ocorreu quando conheceu o professor Sandro Sandi. Os conselhos dele permitiram que Jason acreditasse em si e o motivou a manter-se determinado e concentrado.

Enquanto seguia no ramo da saúde durante o dia, Arday conciliou o trabalho com o estudo e a escrita. Após alguns anos, o britânico finalizou dois mestrados e um doutoramento em estudos educacionais.

"Espero que estar num lugar como Cambridge me proporcione a vantagem de liderar essa agenda a nível nacional e global", diz.

Além do novo trabalho em Cambridge, Jason é professor adjunto na Universidade Nelson Mandela. Ele já desempenhou funções na Universidade de Glasgow e na Universidade de Durham.

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