Homem é mordido por surucucu e é internado no HR; serpente é a maior peçonhenta das Américas
Vítima, que não teve o nome e idade divulgados, tomou 20 ampolas de soro antiofídico e está em observação
Um homem foi mordido por uma serpente surucucu, no bairro de Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, nessa quarta-feira (6). A vítima, que não teve o nome e idade divulgados, tomou 20 ampolas de soro antiofídico e está em observação no Hospital da Restauração, na área central da capital.
A espécie é considerada a maior cobra peçonhenta das Américas por atingir até 3 metros de comprimento, e está ameaçada de extinção. Geralmente, serpentes peçonhentas são pequenas e podem chegar de 1,5 a 2 metros.
O homem estava em uma granja localizada nas imediações do quilômetro 5 da Estrada de Aldeia, quando, por volta do meio-dia, teve o membro inferior esquerdo mordido pelo animal. Após o ataque, a serpente foi morta por um caseiro.
A vítima foi socorrida para o HR, que confirmou, nesta quinta-feira (7), que o paciente permanece internado, entretanto, a pedido dele, a unidade de saúde não divulgará seu estado de saúde.
Segundo o gerente da Unidade de Gestão de Fauna Terrestre da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Iran Vasconcelos, o veneno da surucucu provoca necrose no tecido atingido pela mordida, podendo levar à amputação do membro.
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"O seu veneno é potente. Apesar de ser peçonhento, é um animal tranquilo. Se não mexer, ele não ataca. Foi um incidente. A surucucu consegue projetar 40% do seu corpo para atacar. No bote, ela não erra”, destacou Iran.
Ele aponta que a especulação imobiliária na região de Aldeia ao longo dos anos tem feito com que animais silvestres tenham surgido com maior frequência em ambientes urbanizados da região e lembra que um outro incidente com a espécie ocorreu na pandemia, quando um morador de Camaragibe tentou fazer o manejo da serpente e foi mordido na mão.
“A serpente é ameaçada de extinção. Pernambuco é protagonista na conservação dessa espécie. Temos um programa de conservação em um zoológico em Alagoas, onde a UFRPE e a CPRH estão envolvidos na reprodução, cativeiro e estudo dessa espécie”, destacou Iran.
Ainda de acordo com o gerente da CPRH, o grupo de pesquisa também contribuiu com o envio da espécie ao Butantan, para a ordenha de veneno e produção de soro para todo o Brasil, que, segundo o especialista, não existia até então.
“A Lei nº 9.605, em seu artigo 29, protege todos os animais silvestres, principalmente os ameaçados de extinção. A multa para quem agride, mutila, mata ou vende animais silvestres pode variar de R$ 500 a R$ 5 mil, e de seis meses a um ano de prisão”, afirmou Iran.
Caso encontre a espécie na mata, o especialista recomenda não mexer e deixar o animal seguir seu percurso. Mas se for avistada em áreas urbanas, a orientação é acionar a prefeitura do município ou o Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma).
Em Camaragibe, onde ocorreu o incidente dessa quarta, existe a Brigada Ambiental Municipal, que foi treinada pela CPRH e está apta a realizar o manejo do animal, e que pode ser acionada pelo número 153.