Logo Folha de Pernambuco

CONSTRANGIMENTO

Homem que acusa segurança de racismo, em shopping da Zona Sul do Recife, fala sobre constrangimento

Assistente administrativo teria sido abordado de forma indevida por segurança que o acusou de furto

Iranildo Florêncio, 48 anosIranildo Florêncio, 48 anos - Foto: Arthur Mota/ Folha de Pernambuco

 

O cliente que acusou de racismo o segurança da loja Riachuelo, do shopping RioMar Recife, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, retornou à Delegacia de Boa Viagem, na manhã desta terça-feira (19), junto ao advogado Kleber Freire, para consultar o andamento das investigações sobre o caso. As imagens chegaram ao local hoje.

Irenildo Florêncio, conhecido como Djyjo do Ibura, de 48 anos, que é assistente administrativo, afirma que tudo aconteceu quando ele teria saído de uma palestra sobre educação empreendedora, no piso L3 do mall. Posteriormente, foi à loja de departamentos para comprar três pares de meia. Quando saiu do shopping, na área comum, teria sido abordado pelo segurança que o acusou de ter furtado os itens, perguntando "onde estão as outras meias que se encontram no bolso da sua calça?". Esse caso aconteceu no dia 6 de setembro.

Iranildo Florêncio, 48 anosIranildo Florêncio, 48 anos | Foto: Arthur Mota/ Folha de Pernambuco

O cliente da loja conversou com a reportagem da Folha de Pernambuco e expressou o sentimento de consternação pelo fato. Ele afirmou que já virou rotina passar por certos tipos de constrangimento por causa da cor da pele, mas que o caso é inadmissível e que se sente impotente ante o fato.

"Eu já estou acostumado a ouvir relatos de muitas pessoas, mas, quando a gente passa por esse tipo de situação, vemos o quanto ficamos vunneráveis. Eu espero das autoridades que elas possam se juntar a nós e todos que souberem desse ocorrido não se omitam e nem participem desse tipo de desumanidade com o cidadão", disse.

Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, o segurança foi autuado pelo crime inafiançável de racismo. Contudo, o flagrante foi por constrangimento ilegal. Ele passou por audiência de custódia, na qual foi julgado e, consequentemente, liberado para responder ao processo em liberdade.

O advogado Kleber Freire, que representa Irenildo nesse processo, alega que o cometimento do crime de constrangimento ilegal, pelo qual o segurança foi julgado, é inegável, mas eles foram à delegacia para ter acesso às imagens do dia com o intuito de analisá-las e, ainda de acordo com ele, o cliente tem provas cabais que podem encaminhar as investigações para o curso do processo civil pelo crime de racismo.

Nota da compra de Iranildo na Riachuelo | Foto: Cortesia

"As empresas que foram provocadas para nos subsidiar com essas imagens trouxeram um link de uma nuvem e nós, prontamente, iremos avaliar todas [as imagens] para carreá-las no curso de um processo que também iremos manejar em breve através do doutor Ricardo César [que cuida da parte civilista]", explicou.

O que diz a Riachuelo?
A reportagem entrou em contato com a Riachuelo para falar sobre o caso. Em nota enviada por e-mail, a loja afirmou que "repudia todo e qualquer ato discriminatório".

A rede também disse que "prestou todo apoio ao caso e que se mantém à disposição para continuar colaborando com as autoridades competentes".

Com a palavra, o Shopping RioMar Recife
Por meio de nota, o RioMar Recife afirmou que a administração "tomou conhecimento da denúncia que envolve um cliente e um colaborador de uma das lojas".

"As próprias partes acionaram as autoridades, sem envolvimento do shopping. Nos mantemos à disposição para apoiar na elucidação do episódio", completou o mall, no comunicado.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter