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ZONA NORTE DO RECIFE

Homem que agrediu mulher em bar pode pegar mais de 5 anos de prisão; ele tem outros 6 processos

Segundo a polícia, acusado negou agressão e diz apenas que empurrou a vítima

Homem foi preso na quinta-feira (28)Homem foi preso na quinta-feira (28) - Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

O caminhoneiro Antônio Fellipe Rodrigues Salmento de Sá, de 35 anos, que agrediu uma mulher cis, no último sábado (23), em um bar  na Zona Norte do Recife, por achar que ela seria trans, tem pelo menos outros seis processos em andamento ou arquivados por crimes de trânsito, receptação, porte ilegal de arma e exercício arbitrário, informou a Polícia Civil de Pernambuco.

Os processos estão em delegacias pernambucanas do Recife; Arcoverde, no Sertão; e Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata. Ele já possui, inclusive, um outro inquérito aberto sobre agressão contra mulher. Detalhes das investigações foram repassados, nesta sexta-feira (29), durante entrevista coletiva de imprensa.

O homem foi preso preventivamente nessa quinta (28), na Delegacia de Casa Amarela, na Zona Norte da capital pernambucana, que está à frente das investigações. 

Segundo o delegado titular da Delegacia de Casa Amarela, Diogo Bem, o caminhoneiro foi autuado por lesão corporal e racismo transfóbico. Essa última autuação segue o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que diz que condutas que envolvem ódio à orientação sexual ou idade de gênero são equiparadas a esse tipo de crime, que não possui tipificação específica. Juntas essas duas acusações, as penas podem passar dos cinco anos de prisão.

Delegado Jorge BemDelegado Jorge Bem | Foto: Clarice Melo/Folha de Pernambuco

"A lesão foi leve, mas qualificada pela violência contra a mulher. Não teve contexto de violência doméstica, porque eles não se conheciam e nunca tinham, sequer, se visto. Mas cabe aplicar essa violência de gênero", explicou Bem.

Diligências
Desde a última terça-feira (26), a polícia ouviu pelo menos dez pessoas, entre vítimas, testemunhas e pessoas ligadas ao homem, mas que não têm ligação com o fato de sábado. A corporação vinha tentando achar Antônio de Sá, mas as buscas haviam sido sem sucesso.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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"Na terça, a gente tentou localizar o acusado, mas não conseguimos. Retornamos a procurar na quarta-feira, mas também não conseguimos entregar uma intimação pessoa a ele, mas conseguimos entregar à avó dele, que se prontificou a comunicá-lo, e isso aconteceu, porque, ontem [quinta, 28], um advogado disse que queria remarcar o interrogatório, mas nós decidimos optar pela [prisão] preventiva dele", complementou.

Durante depoimento
Ainda segundo Bem, o acusado foi interrogado pela polícia e negou as agressões à vítima, mas disse que a empurrou. Durante o depoimento, de acordo com a polícia, ele estava calmo, mas desacreditou que seria expedido um mandado de prisão, porque entendia que o crime não seria tão grave. O homem estava acompanhado de quatro advogados.

"Ele disse que fez isso porque a esposa dele havia dito que tinha um homem dentro do banheiro em que ela estava, e foi tomar satisfação com a pessoa, porque 'ele' estaria num banheiro feminino. Afirmou ainda que a mulher teria usado palavras injuriosas também, e aí ele a empurrou, mas ele e a esposa negaram a agressão à vítima", complementou o delegado.

Conduta do bar
Em meio aos questionamentos da atitude do bar, em ter colocado o homem para fora, após o episódio das agressões, a Polícia Civil acredita que "não tinha outra conduta", pois ele estaria armado e dentro do estabelecimento comercial havia grande fluxo de pessoas no local, que não possui segurança armada.

O inquérito da Polícia Civil sobre o caso deve ficar pronto até a próxima sexta-feira (5), e o homem deve passar por audiência de custódia ainda nesta sexta-feira (29).

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