Homem que dizia ser funcionário do governo argentino é preso por golpe de quase R$ 1 mi em docente
Estelionatário exigia da vítima dinheiro para realizar viagens para supostamente promover um app criado por ela
Agentes da 38ª DP (Brás de Pina), no Rio de Janeiro, prenderam em flagrante um homem identificado como Carlos Augusto Garcia Gonçalves pelo crime de estelionato. Investigações apontaram que ele aplicou um golpe de quase R$ 1 milhão em uma professora de língua portuguesa.
Na ocasião, a vítima usava um aplicativo para ensinar o uso correto da vírgula e fazia contato com alguns alunos para ajudar na divulgação e monetização da plataforma. A polícia afirma que a professora entrou em contato com a esposa de Carlos Augusto, e ele, supostamente interessado, alegou que era funcionário do Governo Argentino. Disse também que viajaria em breve ao país e que poderia divulgar seu programa.
Acreditando no estelionatário, durante quase seis meses, a vítima bancou viagens para ele e para supostos funcionários, além de fazer várias transferências de dezenas de milhares de reais. Posteriormente, Carlos se passou por um representante de uma empresa americana que também estaria interessada na compra do aplicativo.
O rapaz fez viagens para diversos países, alegando estar representando a vítima e divulgando sua plataforma. Em todas as viagens, a vítima pagava as passagens e a estada de Carlos que, às vezes, era acompanhado por funcionários.
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Segundo a professora, o golpista chegou a falsificar uma ordem de pagamento no valor de 295 mil euros (mais de R$ 1 milhão e 500 mil) e a enviou. Achando tratar-se de uma transferência verdadeira, a vítima transferiu cerca de R$ 180 mil para o pagamento do imposto referente à ordem de pagamento.
Em outra ocasião, o criminoso informou para a professora que o aplicativo seria comprado por US$ 300 mil (trezentos mil dólares), pagos em dinheiro vivo. A transação aconteceria nos Estados Unidos e, por não possuir visto para a viagem, a vítima seria representada por Carlos Augusto. Como não poderia entrar no país com esse dinheiro, o criminoso teria feito algumas viagens de táxi aéreo que, segundo a vítima, custaram mais de R$ 100 mil, que foram pagos por ela.
No último fim de semana, segundo a professora, Carlos teria exigido mais R$ 30 mil para continuar como seu representante na venda do aplicativo. Não tendo mais dinheiro, ela negociou entregar a quantia de R$ 4 mil. Desesperada e acreditando ser vítima de um golpe, procurou a Polícia Civil, e informou o que estava acontecendo. Desconfiados, os agentes foram ao local no qual o dinheiro seria entregue e prenderam o golpista em flagrante, logo após o recebimento da quantia.
Segundo a delegacia que investiga o caso, as investigações irão continuar para que eventuais coautores do crime sejam responsabilizados, bem como para que parte da quantia seja devolvida à vítima.