Homens armados matam policiais e padre em ataque a sinagoga e igreja ortodoxa no Cáucaso russo
Pelo menos 19 pessoas, entre policiais e civis, foram mortas no local, assim como os terroristas
Homens armados atacaram neste domingo, 23, uma sinagoga, duas igrejas ortodoxas e um posto de controle na região do Daguestão, no Cáucaso russo.
Pelo menos 19 pessoas, entre policiais e civis, foram mortas no local, assim como os terroristas, segundo o Comitê de Investigação Antiterrorista do país. Algumas autoridades do Daguestão acusaram a Ucrânia e a Otan após o ataque. Kiev ainda não se manifestou.
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Uma operação antiterrorista terminou nesta segunda-feira, 24, após os ataques que ocorreram nas duas cidades, Makhachkala e Derbent, na região predominantemente muçulmana do Daguestão, no Mar Cáspio.
As autoridades disseram que cinco dos homens armados foram mortos e suas "identidades" foram estabelecidas, acrescentaram. Empunhando rifles e coquetéis molotov, eles atacaram uma sinagoga e uma igreja em cada uma das duas cidades, segundo as autoridades e organizações religiosas.
"De acordo com os dados iniciais, 15 oficiais das forças de segurança foram mortos, bem como quatro civis, incluindo um clérigo ortodoxo", disseram os investigadores em um comunicado.
Sergei Melikov, governador do Daguestão, descreveu o ataque como a mais recente agressão "à nossa fraternidade, à nossa unidade multiétnica".
Em Derbent, os agressores atearam fogo em uma sinagoga após atirar e matar os policiais que a guardavam, segundo o Congresso Judaico Russo.
Eles também mataram um padre, Nikolai Kotelnikov, de acordo com um porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa.
Quase ao mesmo tempo, no início da noite de domingo, homens armados também abriram fogo contra um posto da polícia de trânsito em Makhachkala, de acordo com relatos da mídia estatal.
Os alvos dos atacantes também incluíram a Catedral da Assunção de Makhachkala, segundo a mídia estatal, e uma sinagoga, segundo o Congresso Judaico Russo.
Vídeos publicados pelo Ministério do Interior do Daguestão mostraram homens armados à solta na cidade de Makhachkala, abrindo fogo e forçando as pessoas a saírem de seus carros.
Em um determinado momento, a polícia disse que as estradas que levam à saída da cidade estavam bloqueadas.
No final do domingo, não ficou claro se algum atirador continuava foragido, embora Melikov tenha dito que a "fase ativa" da resposta policial havia terminado.
Investigação
O Comité de Investigação Antiterrorista da Rússia declarou ter aberto um processo criminal por "atos terroristas", sem fornecer mais detalhes.
O Daguestão é uma região russa de maioria muçulmana no Cáucaso, que faz fronteira com a Geórgia e o Azerbaijão.
O representante da Federação das Comunidades Judaicas da Rússia, Boruch Gorin, informou no Telegram que "a sinagoga em Derbent está em chamas" e que o templo judaico em Makhachkala também foi "incendiado e queimado".
"Esta noite, em Derbent e Makhachkala, pessoas desconhecidas fizeram tentativas de desestabilizar a situação pública", disse o Chefe da República do Daguestão, Sergei Melikov.
"Os policiais do Daguestão fizeram o seu trabalho. Segundo informações preliminares, há vítimas entre eles. Todos os serviços estão agindo de acordo com as instruções e as identidades dos terroristas estão sendo estabelecidas."
Não houve reivindicação imediata de responsabilidade pelos ataques, mas algumas autoridades no Daguestão culparam a Ucrânia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Não há dúvida de que estes ataques terroristas estão, de uma forma ou de outra, ligados aos serviços de inteligência da Ucrânia e dos países da Otan", escreveu o legislador do Daguestão, Abdulkhakim Gadzhiyev, no Telegram. As autoridades ucranianas não comentaram imediatamente os ataques.
Ataques terroristas na Rússia
Este não é o primeiro ataque terrorista em território russo neste ano. Mais de 140 pessoas morreram e 360 ficaram feridas em um atentado contra a casa de shows Crocus City Hall, nos subúrbios de Moscou, no mês de março.
O Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria do ataque terrorista.
O massacre, de acordo autoridades, foi comandado pelo afiliado do EI no Afeganistão, chamado Estado Islâmico da Província de Khorasan, ou ISIS-K.
Invasão de aeroporto
A região do Daguestão, que tem uma maioria muçulmana, também foi palco de incidentes antissemitas desde o começo da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas no dia 7 outubro do ano passado.
Pouco depois do inicio do conflito, no dia 29 de outubro, centenas de pessoas invadiram o principal aeroporto da região russa do Daguestão e entraram na pista para protestar contra a chegada de um avião de passageiros de Tel Aviv, Israel.
As autoridades precisaram fechar o aeroporto em Makhachkala, capital da região que é predominantemente muçulmana.
Veículos de comunicação russos disseram que as pessoas estavam gritando frases antissemitas e tentaram invadir o avião pertencente à companhia russa Red Wings.
Um vídeo nas redes sociais mostrou pessoas na pista do aeroporto agitando bandeiras palestinas, manifestantes tentando virar um carro da polícia e outros verificando os passaportes dos passageiros que chegaram a Makhachkala. Não houve relatos imediatos de feridos ou prisões.