Logo Folha de Pernambuco

CHINA

Hong Kong enfrenta necrotérios lotados e falta de caixões por onda de Covid-19

Surto mortal de coronavírus afetou principalmente a população idosa que se recusou a ser vacinada

Aconchegados sob mantas e cobertores térmicos, dezenas de pacientes idosos tremem em seus leitos do lado de fora de um hospital em uma das comunidades mais pobres de Hong Kong, cujo sistema de saúde está lutando para combater uma onda de Covid-19Aconchegados sob mantas e cobertores térmicos, dezenas de pacientes idosos tremem em seus leitos do lado de fora de um hospital em uma das comunidades mais pobres de Hong Kong, cujo sistema de saúde está lutando para combater uma onda de Covid-19 - Foto: Peter Parks / AFP

Profissionais da saúde de Hong Kong começaram nesta quarta-feira (16) a armazenar os corpos dos mortos pela Covid-19 em contêineres refrigerados devido à falta de espaço nos necrotérios, em razão do aumento acentuado de infecções atribuídas à variante ômicron.

Hong Kong foi atingida nos últimos meses por um surto mortal de coronavírus que sobrecarregou seu sistema de saúde e causou uma onda de mortes, especialmente entre a população idosa que se recusou a ser vacinada

Nos últimos três meses, desde o surgimento da variante contagiosa ômicron, a cidade registrou quase um milhão de infecções e 4.600 mortes. 

Um representante do setor funerário disse à mídia local que o aumento de mortes esgotou a disponibilidade de caixões. 

A chefe do governo local, Carrie Lam, reconheceu a situação em entrevista coletiva e garantiu que em breve chegarão dois carregamentos de caixões da China continental. 

"Vamos tentar encontrar uma maneira de a família recuperar o corpo para que o funeral possa ser organizado. Os crematórios (...) também estão funcionando a plena capacidade", disse Lam.

A governante da cidade autônoma chinesa também anunciou o fechamento da maioria de suas praias, depois que fotos de moradores sem máscara aproveitando o sol e o mar geraram indignação na China continental.

A medida se soma às rígidas regras de distanciamento social, incluindo o uso de máscara ao caminhar nas montanhas e a proibição de reunir mais de duas pessoas. 

"Vendo um aumento de pessoas nas praias, temos que tomar as medidas apropriadas para proteger nosso sistema, reduzir os deslocamentos para garantir a segurança", disse Lam.

As autoridades indicaram que vão começar na quinta-feira a isolar as praias.

Muitos chineses manifestaram a sua indignação nas redes sociais, considerando que o surto de Covid-19 na China continental se deve à fraca resposta de Hong Kong ao coronavírus.

A cidade não impôs um confinamento geral, apesar do forte aumento de infecções. Enquanto, pelo contrário, dezenas de milhões de pessoas na China continental estão confinadas depois do registro de mais de 3.000 infecções por dia nos últimos dias. 

O polo tecnológico de Shenzhen, cidade de 17 milhões de habitantes que faz fronteira com Hong Kong, foi confinado na segunda-feira após detectar casos de Covid-19 em fábricas e bairros.

"Como podem ser tão descuidados e ir à praia quando Shenzhen está fechada? É egoísmo", afirmou um usuário da rede social chinesa Weibo.

Os pesquisadores acreditam que a taxa de infecção em Hong Kong pode ser maior do que os números oficiais indicam, atingindo metade de seus 7,4 milhões de habitantes.

Veja também

Putin ordena "produção em série" de mísseis hipersônicos "Oreshnik"
GUERRA

Putin ordena "produção em série" de mísseis hipersônicos "Oreshnik"

Museu do Imip celebra 14 anos; confira datas e horários de visitação
HISTÓRIA

Museu do Imip celebra 14 anos; confira datas e horários de visitação

Newsletter