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SAÚDE

Referência no tratamento de câncer, Hospital Oswaldo Cruz completa 139 anos nesta sexta-feira

Instituição de saúde é referência no tratamento do câncer e foi vital durante a pandemia da covid-19

HUOC fica em Santo Amaro, centro do RecifeHUOC fica em Santo Amaro, centro do Recife - Foto: Clarice Melo/Folha de Pernambuco

Referência no tratamento do câncer em Pernambuco, o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), localizado no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, completa 139 anos hoje, e contará com programação especial de aniversário. A unidade hospitalar recebe pacientes de todo o Estado e proporciona a estes uma nova perspectiva de vida.

A festividade vai contar com a inauguração de um espaço instagramável, em alusão à nova idade, e terá a abertura da exposição "Orgulho de Ser HUOC". Esta reunirá 28 fotografias de espaços, ações e equipes do hospital. 

As comemorações vão acontecer na alameda do hospital, a partir das 11h, e contará com as presenças da secretária Estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti; da reitora da Universidade de Pernambuco (UPE), Socorro Cavalcanti; do superintende do Complexo Hospitalar da UPE, Gustavo Trindade; e da diretora executiva do HUOC, Izabel Avelar, além da equipe e dos pacientes. Na ocasião, haverá corte de bolo.

Quando foi inaugurado, em 1884, o nome da unidade era Hospital Santa Águeda, destinado ao atendimento de doenças infectocontagiosas, em um período de grande mortalidade. Em 1925, passou a se chamar Oswaldo Cruz, atendendo casos clínicos e cirúrgicos de tuberculose, além de cirurgia geral e torácica.

Passou a integrar a estrutura da Fundação de Ensino Superior de Pernambuco (Fesp), em 1964, sob o nome de Hospital das Clínicas Oswaldo Cruz, junto com as Faculdades de Ciências Médicas (FCM) e a Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças. Em 1991 foi assinada a portaria nº 964, que reconheceu a Universidade de Pernambuco (UPE) como pública e, em 1994, recebeu o nome de Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc). Sendo assim, os médicos que integram o quadro do hospital são acompanhados por residentes e graduandos da UPE.

Contribuições
A primeira missão desafiadora foi de ser uma instituição dedicada ao enfrentamento das mais severas doenças, em especial aquelas que surgiram em momentos históricos, como varíola, gripe espanhola, cólera e, recentemente, foi a principal referência no tratamento da covid-19, pandemia que se iniciou em 2020.

Hoje, sendo referência no setor oncológico, o hospital amplia as expectativas e segue rumo à construção de um novo prédio, que será localizado no atual terreno. Atualmente, o Oswaldo Cruz realiza cerca de 35 cirurgias por dia. Somente em setembro, foram feitos mais de 700 procedimentos cirúrgicos e teve o primeiro setor de radioterapia de Pernambuco inaugurado há um ano.

Quem precisa dos serviços diariamente avalia os atendimentos e tratamentos que recebe no hospital. Como, por exemplo, o vigilante Edson Ferreira, de 49 anos. Ele faz tratamento quimioterápico, há três anos e, assim que chegou ao HUOC, passou pela retirada da bolsa de colostomia, por causa de um câncer de intestino.

Edson Ferreira, de 49 anosO vigilante Edson Ferreira, de 49 anos | Foto: Clarice Melo/Folha de Pernambuco

“Meus procedimentos aqui deram certo. Eu não tenho o que reclamar do hospital. O atendimento e tratamento são ótimos. Todos trabalham muito bem. Ao Oswaldo Cruz, eu desejo cada vez mais o melhor, pois os médicos têm uma capacidade de acolhimento muito grande e é um hospital de grande referência. Todos que vêm para cá falam muito bem”, detalhou ele.

Há 12 anos sendo atendido pelos especialistas oncológicos do Oswaldo Cruz, Manoel Vieira, de 81 anos, está em tratamento oral de quimioterapia, após um câncer de próstata. Ele reconhece o mérito do hospital, que contribuiu para sua longevidade.

“Estar aqui, é mesmo que estar no céu. Tudo nota dez. Eu recebi todo o apoio durante meu tratamento. Eu só estou vivo por causa do Hospital Universitário Oswaldo Cruz e porque Deus quer que eu viva. Fui muito bem tratado e muito bem recebido”, salientou o paciente.

Quem o acompanha, reafirma essas palavras. A filha dele, Micheli Vieira, de 43 anos, que leva o pai ao hospital durante todo o tempo do tratamento, também agradece à unidade de saúde.

Micheli e Manoel Vieira, no HUOCEscreva a legenda aqui

“Durante todo esse tempo que ele tem precisado, o hospital tem proporcionado o atendimento necessário. Ele já passou por várias cirurgias e a quimioterapia. Quem cuida dele é a doutora Carla. Meu pai também precisou do tratamento para cuidar de uma erisipela. Eu agradeço a essa equipe que proporcionou mais anos de vida ao meu pai. Na época do diagnóstico, a família foi pega de surpresa. Foi muito difícil. Mas o que confortou a gente foi o atendimento rápido. Ele foi encaminhado para o HUOC e recebeu, de pronto, o atendimento necessário”, explicou ela.

Com um olhar para o futuro, a gestora executiva do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Izabel Avelar, que está à frente dos trabalhos há oito anos, comemora a idade nova e conta as expectativas para os próximos anos.

Gestora executiva do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Izabel AvelarA gestora executiva do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Izabel Avelar | Foto: Clarice Melo/Folha de Pernambuco

“São 139 anos de história servindo aos pernambucanos e pernambucanas. Esse hospital tem um papel importante de serviços à comunidade, desde as doenças infecto parasitárias ao tratamento das neoplasias. Durante a covid-19, ele se tornou principal referência no tratamento daquela doença no Estado. Hoje, toda a comunidade espera a construção de um futuro, onde deve haver uma mudança sistemática, do ponto de vista da organização. É preciso que a gente possa construir um novo prédio, o que já foi sinalizado pelo Governo de Pernambuco, para que tenhamos instalações suficientemente adequadas para que possamos prestar mais assistência aos pacientes”, aponta.

“A ideia desse novo prédio é que a gente possa ter mais leitos, sendo 70 de UTI e mais de 700 de internamento, ampliação dos transplantes de fígado e ter ainda transplantes renal e de medula óssea. O futuro deste hospital é de fortalecimento e, com isso, toda a sociedade pernambucana vai ganhar”, finaliza Avelar.
 

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