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REQUALIFICAÇÃO

Hotel Central do Recife vai passar por requalificação da cobertura em 2025

Com quase 100 anos de funcionamento, prédio ícone da arquitetura da cidade deve receber obras para requalificar cobertura, marquise de apoio e casa de máquinas do elevador

Hotel Central do Recife vai passar por requalificação da cobertura em 2025Hotel Central do Recife vai passar por requalificação da cobertura em 2025 - Foto: Andréa Rêgo Barros/Folha de Pernambuco

Com quase 100 anos de funcionamento, o Hotel Central do Recife, ícone arquitetônico localizado no bairro da Boa Vista, Centro da capital pernambucana, vai passar por requalificação da cobertura em 2025. Também devem ser realizados serviços na marquise de apoio e casa de máquinas do elevador.

O projeto deve começar no primeiro semestre do ano que vem e ser executado em um período de três a quatro meses.

O objetivo é estancar o desgaste da estrutura e recuperar características originais que remontam aos anos 1920, década de construção do primeiro arranha-céu do Recife. 

"Estou muito feliz com tudo que está acontecendo. A reforma é uma coisa pela qual a gente está lutando há muito tempo, e espero que, com essa conquista, a gente conquiste ainda mais", comemorou Rosa Nascimento, dona do Hotel Central, em entrevista à Folha de Pernambuco.

Entre os serviços planejados, estão o reparo de lajes e paredes danificadas por infiltrações de águas pluviais, lavagem e higienização das telhas francesas antigas, com substituições das que se encontram deterioradas, além da higienização, desinfestação e imunização do madeiramento do telhado e impermeabilização da laje do elevador, danificado por óleo proveniente de casas de máquinas.

Hotel Central
O hotel, mais antigo em operação no Recife, já recebeu hóspedes ilustres, como Getúlio Vargas, João Dantas, Carmem Miranda, Luz Del Fuego, Luiz Gonzagas.

Também passaram pelo ponto os tripulantes do Zeppelin, em 1930, quando o dirigível alemão aportou na capital pernambucana.

Atualmente, o hotel segue agregando artistas, para fortalecer a cultura e o turismo sob a gestão da proprietária Rosa Maria, que também dirige o restaurante Tempero da Rosa.

Os serviços chegam também para garantir a longevidade do edifício, tombado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) como Imóvel Especial de Preservação (IEP).

O Hotel Central recebeu também, em 2010, o status de semi-tombamento, que conferiu ao edifício um grau de preservação excepcional, com levantamento técnico em 2012 e reforçado pelo incentivo do Funcultura em 2016-2017. À época, a fachada do prédio foi restaurada com sucesso. 

A execução da requalificação também conta com o Incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura SIC (Funcultura), da Fundarpe, e da Secretaria de Cultura e Governo do Estado.

Hotel CentralHotel Central do Recife vai passar por requalificação da cobertura em 2025. - Foto: Arthur de Souza/Arquivo Folha de Pernambuco

Muito ainda precisa ser feito
Dona do Hotel Central desde 2020, Rosa Nascimento trabalha no local desde os 18 anos, como cozinheira. Na nova função, ela segue na luta por visibilidade  do espaço como patrimônio arquitetôtico, e afirmou que aguarda mais reformas na estrutura.

No momento, os serviços mais necessários, além da cobertura, já conquistada, são pintura e ações voltadas para acessibilidade de pessoas com deficiência. Para isso, é preciso atrair visibilidade para o local para que seja possível conseguir parceiros para as obras.

"Estou feliz e realizada com essa conquista, conseguimos a cobertura, e agora vou em busca da pintura, porque precisamos que preservar e levar isso para a frente. Não é uma luta só minha, e, sim, de todos. Sou só um grão de areia no mar, e preciso que todos se empenhem e nos ajudem para que todos falem, nos sigam e venham aqui ao Hotel Central, para valorizar o emprego das pessoas que trabalham aqui", completou.

O hotel, que já foi sensação na noite recifense, recebeu nomes ilustres como Carmem Miranda e Getúlio VargasHotel Central, marco arquitetônico de Pernambuco. - Foto: Anderson Stevens/FolhaPE 

Como vai ser o projeto
Atualmente, o projeto está em fase de pré-produção. A previsão de início das obras é para o primeiro trimestre de 2025, após a obtenção das licenças da Prefeitura do Recife. O serviço deverá durar entre três e quatro meses, com a recuperação estrutural da cobertura do corpo principal do edifício, localizado no 8º andar. Isso inclui a marquise de apoio dos reservatórios e a casa de máquinas do elevador. 

A ação será liderada pela arquiteta Marina Russel, coordenadora técnica e arquiteta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-PE), mestra em Preservação do Patrimônio Cultural e Especialista em Restauração do Patrimônio Cultural Edificado. 

A obra foi elaborada a partir da metodologia do mapa de danos e projeto de intervenção no patrimônio edificado. O projeto, segundo a direção do hotel, também segue as recomendações do “Manual de Elaboração de Projetos de Preservação do Patrimônio Cultural — Caderno Técnico 1” e do “Caderno de Encargos — Caderno Técnico 2”, do Ministério da Cultura, Instituto do Programa Monumenta.

“Essas medidas são essenciais para preservar o prédio, que continua recebendo olhares de turistas e recifenses, sempre admirados por sua arquitetura única e história vibrante”, destacou Marina Russel.

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