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ORIENTE MÉDIO

HRW denuncia crimes de guerra no conflito entre Israel e Hamas

Segundo a ONG de direitos humanos, ambas as partes estariam violando o direito internacional com os ataques direcionados a civis

Ataque supresa do Hamas a Israel Ataque supresa do Hamas a Israel  - Foto: AFP

A ONG de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) alertou em um relatório divulgado nesta segunda-feira sobre possíveis crimes de guerra praticados pelas duas partes do conflito entre Israel e o Hamas, iniciado após uma ampla ofensiva-surpresa do grupo terrorista no sábado.

O diretor da organização para Israel e Palestina, Omar Shakir, condenou os ataques direcionados a civis por parte dos combatentes palestinos, mas também a "punição coletiva" à população de Gaza por forças israelenses.

— Assassinatos deliberados de civis, tomada de reféns e punição coletiva são crimes hediondos que não têm justificativa — disse Omar Shakir, diretor da Human Rights Watch para Israel e Palestina. — Os ataques ilegais e a repressão sistemática que têm atolado a região por décadas continuarão, enquanto os direitos humanos e a responsabilidade forem desconsiderados.

No texto, a organização também destaca as décadas de repressão sistemática do Estado de Israel ao povo palestino que vive na cidade de Gaza, sobretudo a partir de 2007, quando o Hamas tomou o controle da região, que ficou sitiada desde então.

"O aparente direcionamento deliberado de civis por grupos armados palestinos, os ataques indiscriminados e a tomada de civis como reféns constituem crimes de guerra de acordo com a lei humanitária internacional", diz o documento. "O corte do fornecimento de eletricidade a Gaza pelas autoridades israelenses e outras medidas punitivas contra a população civil de Gaza equivaleriam a punição coletiva ilegal, que é um crime de guerra. As leis de guerra se aplicam a todas as partes em um conflito, independentemente da legalidade de sua entrada em guerra ou de desequilíbrios de poder entre as partes."

A HRW afirma que os palestinos têm enfrentado uma repressão sem precedentes em 2023, em especial na Cisjordânia ocupada, onde o número de mortes causadas por forças israelenses nos nove primeiros meses do ano foi o maior desde 2005, quando começaram os registros da ONU. Segundo a organização, o número de palestinos presos por Israel sem julgamento ou acusações formais em outubro é o maior em três décadas.

— Se aprendemos alguma coisa com as escaladas anteriores, é que, enquanto houver impunidade para abusos graves, continuaremos a ver mais repressão e derramamento de sangue de civis — apontou Shakir.

A HRW lembrou que, em 2021, uma investigação formal foi aberta no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, sobre os crimes cometidos na Palestina, cuja autoridade é signatária do Estatuto de Roma, e instou que o TPI acelerasse o andamento do processo.

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